Vol. 38 (Nº 10) Año 2017. Pág. 4
Maria das Graças Gonçalves Vieira GUERRA 1; Maria do Socorro ALMEIDA 2
Recibido: 18/09/16 • Aprobado: 12/10/2016
3 Tecnologias Educacionais: As TICS no contexto escolar
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo analisar o uso do tablet educacional na Escola de Referência em Ensino Médio Alfredo de Carvalho, na cidade de Triunfo-PE, verificando de que forma está acontecendo a implantação dessa tecnologia nas atividades pedagógicas da sala de aula, procurando identificar as dificuldades para essa incorporação. A pesquisa abrangeu todos os professores e os alunos das turmas de terceiro Ensino Médio da escola investigada. Para coletar os dados utilizamos a observação e o questionário realizado através da ferramenta Google Docs. Os dados da pesquisa exteriorizam que o tablet/PC vem contribuindo positivamente com a aprendizagem dos estudantes dando-lhes suporte na realização de tarefas, em leituras e pesquisas, organização de trabalhos, possibilitando-lhes a continuidade dos estudos fora da sala de aula e favorecendo a inclusão digital, formação pessoal e profissional dos mesmos. |
ABSTRACT: ABSTRACT This work aims to analyze the use of educational tablet in the School of Reference in High School Alfredo de Carvalho, in the city of Triunfo, PE, checking how it is going to implement this technology in educational activities in the classroom, trying to identify the difficulties in this merger. The survey covered all the teachers and students of the third class of the high school investigated school. To collect the data we use observation and questionnaire conducted through Google Docs tool. The survey data externalize the tablet / PC has been positively contributing to student learning by giving them support in carrying out tasks in reading and research, organization of work, allowing them to continue their studies outside of the classroom and encouraging digital inclusion, personal and professional training of the same. |
Presencia-se atualmente uma série de mudanças e transições para a sociedade da informação e da comunicação, fato este que afeta diretamente a educação.
Com o impacto das tecnologias na sociedade, surgiu a necessidade de repensar o currículo das escolas, com o intuito de formar alunos com conhecimentos básicos, preparação científica e capacidade de utilizá-las.
A internet é a tecnologia que tem se mostrado eficiente na transmissão de informações e na comunicação, importantíssima na construção do conhecimento. Através dela, é possível fazer os mais diversos tipos de pesquisas, ter acesso a conteúdos completos de livros, revistas, bem como comunicar-se com o mundo adquirindo informações em tempo real bem próximo à comunicação face a face.
O grande desafio, evidentemente, consiste em desenvolver metodologias que permitam aos professores dominarem esses novos métodos pedagógicos e incorporarem as novas tecnologias nos seus planejamentos didáticos, uma vez que estando as tecnologias digitais e a internet presentes no dia a dia dos estudantes, pensar a sala de aula sem esses apoios tecnológicos não faz mais sentido.
É importante que professores e estudantes entendam, no entanto, que a utilização dessa nova tecnologia, o tablet/PC em sala de aula, precisa acontecer de forma intencional, onde o professor planeje atividades relacionadas aos conteúdos previstos no currículo escolar, alargando assim, os espaços e as maneiras de se construir os saberes.
A pesquisa desenvolvida foi um estudo de caso da utilização do tablet/PC como ferramenta pedagógica na Escola de Referência em Ensino Médio Alfredo de Carvalho – Triunfo, pertencente à Rede Estadual de Pernambuco e fazendo parte do Programa de Educação Integral da Secretaria de Educação do Estado, desde 2009.
Neste trabalho, além de apreender dados, constatações e estimativas, a pesquisadora também interveio na prática escolar, na integração da mídia educacional tablet/PC nas turmas de terceiro ano da escola pesquisada, podendo ser definida como uma pesquisa-ação, mais precisamente, um estudo de caso.
Richardson, (2003, p. 180) considera a pesquisa-ação como:
A pesquisa-ação é considerada uma estratégia metodológica da pesquisa social na qual há uma ampla interação entre pesquisadores e pessoas implicadas na situação investigada; dessa interação surgem os problemas a serem pesquisados, o objeto da pesquisa e a situação e os problemas encontrados; o objetivo consiste em resolver ou esclarecer esses problemas; há um acompanhamento permanente de toda a atividade dos atores da situação, e; a pesquisa não se limita apenas a uma ação, mas procura aumentar o conhecimento de todas as pessoas envolvidas no processo.
Com base nas afirmações do autor, a pesquisadora se envolveu com os participantes do estudo não apenas para colher dados a respeito dos mesmos, mas, também com o objetivo de melhorar suas práticas e os seus conhecimentos, havendo dessa forma um crescimento para todos os envolvidos.
Para a coleta de dados foram utilizados dois instrumentos: a observação participante e o questionário.
A observação participante segundo Biddle; Anderson, 1986, apud Moreira; Caleffe (2008, p. 201), se configura como:
[...] uma técnica que possibilita ao pesquisador entrar no mundo social dos participantes do estudo com o objetivo de observar e tentar descobrir como é ser um membro desse mundo. São feitas anotações detalhadas em relação aos eventos testemunhados, as quais são organizadas e classificadas de forma que o pesquisador possa descobrir os padrões de eventos que aparecem naquele mundo.
Baseada na definição dos autores sobre observação participante, a pesquisadora entrou no mundo social dos participantes do estudo, observando os espaços da escola e as mídias disponíveis, os trabalhos desenvolvidos em sala de aula pelos professores e estudantes, visando vivências e experiências relacionadas ao objeto de estudo da pesquisa (tablet/PC).
As observações aconteceram entre final de maio e junho de 2015, nas salas de aula pesquisadas, nas diversas disciplinas de estudo, nos momentos de planejamento e formações dos professores, como também, em ambientes da escola, para mapear quais tecnologias a equipe escolar dispunha.
O questionário utilizado foi direcionado aos professores, estudantes dos terceiros anos 2015 da escola pesquisada.
Dos oitenta e cinco estudantes das três turmas de Ensino Médio de 2015 da escola pesquisada, apenas sessenta e dois se disponibilizaram a contribuir respondendo o questionário.
A pesquisa de campo realizou-se junto à Escola de Referência em Ensino Médio Alfredo de Carvalho, localizada no município de Triunfo, Estado de Pernambuco, sendo 15 docentes e 85 estudantes.
Segundo Creswell, (2010, p. 212) os indivíduos da pesquisa devem ser selecionados intencionalmente, quando ele afirmou que “a ideia que está por trás da pesquisa qualitativa é a seleção intencional dos participantes ou dos locais (ou dos documentos, ou do material visual) que melhor ajudarão o pesquisador a entender o problema e a questão de pesquisa.”.
A utilização e/ou implantação das tecnologias educacionais passaram a ser importantes à medida que auxiliavam os estudantes na construção de novos conhecimentos. O esperado, no entanto, com a utilização dessas tecnologias era o avanço rumo ao novo paradigma educacional, onde a informação possa redimensionar os valores humanos, tornando o trabalho educativo mais significativo e atraente para a formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos na construção de uma sociedade menos desigual.
A escola não ficou imune às mudanças; fossem elas internas ou externas, estavam interferindo profundamente no ambiente escolar, impactando a educação desenvolvida nos dias atuais, criando novas formas de aprendizado e divulgação do conhecimento, novas relações entre educadores e educandos.
Implantar as tecnologias no dia a dia da sala de aula, para atender às atuais exigências do mercado, requer pensar uma nova dinâmica, e para tanto, o currículo educacional deverá também ser repensado. Esse é, sem dúvida, um grande desafio, pois significa uma mudança na atitude e na metodologia do professor.
Para Lévy (2010, p. 19), “Aprendemos o conhecimento por simulação, típico da cultura informática, com os critérios e os reflexos mentais ligados às tecnologias intelectuais anteriores”.
Portanto, o trabalho do professor, será sem sombra de dúvida, de fundamental importância para que as inovações tecnológicas aconteçam na sala de aula, até porque a qualidade educativa desses meios depende muito mais do uso e da exploração didática que o professor faz destas inovações e do contexto em que elas se desenvolvem, do que mesmo de suas características técnicas propriamente ditas.
O computador é a tecnologia que associada aos seus acessórios, vem forçando a introdução de alterações no processo de ensino-aprendizagem, como também nos modelos estruturais de organização das escolas e suas relações com o educando.
Evidentemente, essa tecnologia modificou os papéis dentro da escola, não só do professor, mas também do estudante e dos demais profissionais envolvidos na construção do conhecimento. A escola passou a ser o espaço onde alunos e professores discutem e aprimoram suas ideias. A sala de aula, não necessariamente, precisa ser aquele lugar de carteiras enfileiradas, onde os estudantes colocam-se todos de frente para o professor.
Nesse novo contexto, é preciso que todos estejam abertos às mudanças educacionais necessárias para a formação dos profissionais que atendam também às novas exigências da sociedade. São essas necessidades que devem ser vistas para a construção dos currículos e a formação do professor.
O papel professor passou a ser o de facilitador, supervisor, consultor/orientador do aluno/aprendiz nesse novo cenário de aprendizagens.
O aluno também deverá tornar-se um caçador da informação, assumindo responsabilidades, tomando decisões e buscando soluções para os problemas que vão surgindo.
A gestão escolar deve preocupar-se em facilitar os processos de aprendizagem, não só dos alunos, como também de todos os membros da comunidade escolar, substituindo os controles centralizados pela administração flexível, dando maior autonomia aos pares, especialmente aos professores, para que estes possam ser gestores do processo educativo.
E para que as mudanças que queremos aconteçam a contento dentro dos espaços escolares, os familiares e a comunidade circunvizinha da escola precisam também assumir suas responsabilidades dentro do novo cenário que se descortina.
Almejando atender à necessidade de vivenciar situações de ensino-aprendizagem que envolva recursos e procedimentos metodológicos inovadores no processo de aprendizagem dos estudantes das escolas públicas do Brasil, o Governo Federal enfrentou o desafio de equipar instituições públicas do país com laptops para os estudantes, procurando através desses recursos, inovar na busca de conhecimento.
É fato que o computador acessado à Internet, alarga os espaços da escola e é o que Kenski (2012, p. 70) veio expressar em sua fala quando disse:
Com o acesso às redes, multiplicam-se as possibilidades educativas. Ampliam-se os espaços das escolas não apenas para acessar informações, mas também para comunicar, divulgar e oferecer informações, serviços e atividades realizadas no âmbito da instituição por seus professores, alunos e funcionários.
É interessante perceber que através da rede telemática estudantes, professores, funcionários e demais integrantes da instituição escolar, não só podem acessar informações de fontes diversas, como também podem divulgar, para outras instituições e para o mundo, o que produzem. E nessa interação de conhecimentos, todos aprendem, enriquecem o saber e atualizam-se pessoal e profissionalmente, de uma forma dinâmica e prazerosa.
O programa Um Computador por Aluno (UCA) nasceu no Brasil em 2005, como projeto pré-piloto e foram escolhidos os Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Tocantins e o Distrito Federal – Brasília. Cada escola trabalharia com os computadores em níveis de ensino diferentes e com metodologias distintas para avaliar o potencial pedagógico de cada equipamento. Os equipamentos seriam distribuídos em escolas pequenas, para 350 alunos. [3]
O objetivo do programa UCA era integrar as ações para o uso de novas tecnologias da informação e da comunicação (TIC) nas escolas, por meio da distribuição de computadores portáteis aos alunos da rede pública de ensino e intensificar as tecnologias da informação e da comunicação (TIC) nas mesmas, complementando as ações do MEC referentes a tecnologias na educação, em especial os laboratórios de informática, Proinfo Integrado, que promove o uso pedagógico da informática na rede pública de ensino fundamental e médio. O projeto trouxe para a realidade escolar brasileira recursos informáticos, inovando na produção de material didático, tendo na Internet um meio de busca, discussão e reflexão dos conhecimentos.
Partindo do projeto Pré-piloto UCA (fase um), iniciado com 05 (cinco) escolas brasileiras, selecionadas dentre 10 (dez), o PROUCA teve início em 2010, sendo a fase dois do UCA, chamada Piloto, contando com a participação de 300 (trezentas) escolas públicas distribuídas por todas as unidades da federação. (BRASIL, 2010).
Para a seleção das escolas participantes, foram estabelecidos os seguintes critérios: número de alunos e número de professores; estrutura das escolas; localização; assinatura do termo de adesão; e anuência do corpo docente.
O PROUCA – Projeto Um Computador por Aluno, em sintonia com o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) e as propostas do Proinfo (Programa Nacional de Tecnologia Educacional), visa criar e socializar novas formas de utilização das tecnologias digitais nas escolas públicas brasileiras, para ampliar o processo de inclusão digital escolar e promover o uso pedagógico das tecnologias de informação e comunicação. (BRASIL, 2010)
O PROUCA foi implantado com o objetivo de promover a inclusão digital pedagógica e o desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem de alunos e professores das escolas públicas brasileiras, mediante a utilização de computadores portáteis denominados laptops educacionais. Foi instituído pela Lei nº 12.249, de 14 de junho de 2010 e complementava outras ações do Governo Federal no sentido de socializar novas formas de utilização das tecnologias telemáticas nas escolas públicas da federação.
O tablet/PC educacional é a nova ferramenta pedagógica utilizada para melhorar cada vez mais a qualidade do ensino-aprendizagem, inovando com múltiplos benefícios a Educação da Rede Pública de Pernambuco. Criado pela Lei nº 14.546 de 21 de dezembro de 2011 que instituiu, no âmbito das unidades públicas de ensino do Estado de Pernambuco, o “Programa Aluno Conectado”.
O Artigo 1º da referida Lei, diz o seguinte:
Art. 1º Fica criado, no âmbito das unidades públicas de ensino do Estado de Pernambuco, o Programa Aluno Conectado, que visa disponibilizar, gratuitamente, aos alunos dos segundo e terceiro anos do ensino médio da rede pública estadual, um Tablet/PC, para uso individual, dentro e fora do ambiente escolar, como material de apoio pedagógico permanente do estudante. (PERNAMBUCO, 2011)
Segundo essa Lei, o Programa beneficia estudantes do Ensino Médio (2º e 3º anos) da rede pública do Estado. Os equipamentos são concedidos aos alunos em termo de comodato. Porém, se os estudantes concluem o Ensino Médio sem nenhuma reprovação na rede pública do Estado, recebem ao final do curso um termo de doação do equipamento. Caso o aluno saia da escola, ou reprove, o equipamento deverá ser devolvido.
O Tablet/PC do “Programa Aluno Conectado” possui uma série de aplicativos que se bem utilizados por professores e alunos, tornarão a sala de aula bem mais agradável e a aprendizagem acontecerá de uma forma dinâmica e prazerosa. “Conhecemos mais e melhor conectando, juntando, relacionando, acessando o nosso objeto de todos os pontos de vista, por todos os caminhos, integrando-os da forma mais rica possível” (MORAN, 2000, p. 18).
O comentário do autor descreveu, com riqueza de detalhes, como se processa a aprendizagem utilizando as ferramentas tecnológicas atuais. E, como observou o mesmo autor, muitas formas de ensinar hoje não se justificam mais. São desmotivadoras e ainda fazem perder muito tempo com pouca aprendizagem.
As observações em sala de aula aconteceram entre final de maio e início de junho de 2015. Foram realizadas observações em vários ambientes da escola para verificar e mapear as tecnologias existentes e que poderiam ser utilizadas para fins pedagógicos. Observaram-se os momentos de planejamento didático das aulas e de formações oferecidas aos professores, verificando-se quais tecnologias estavam sendo utilizadas por eles em suas aulas e se estava acontecendo a inclusão do tablet/PC nas atividades pedagógicas de sala de aula. Nessas ocasiões refletia-se sobre a importância da utilização de tecnologias educacionais e em especial, o tablet/PC no dia a dia pedagógico para uma melhor atratividade das aulas e um ensino-aprendizagem de qualidade.
Percebeu-se também a importância do apoio oferecido aos docentes, pelo Chefe de Laboratório e pela gestora da escola para incentivar os trabalhos, como também, na aquisição de algum material complementar (compra de moldes de acesso à internet) para melhorar a eficiência do tablet/PC nas atividades pedagógicas.
Bettega, (2010, p. 43) tratou da importância da formação continuada do professor quando disse: “A formação contínua do professor é fundamental, pois visa corrigir distorções de sua formação inicial, e também contribui para uma reflexão acerca de mudanças educacionais que estejam ocorrendo.”.
Com base na fala da autora, percebeu-se o quanto é importante que o professor amplie constantemente seus conhecimentos e como ensinar e aprender atualmente é muito desafiador devido à enorme quantidade de informações que chegam aos indivíduos através de múltiplas fontes. Assim, aprender a utilizar todos os recursos tecnológicos deve estar sempre em pauta nas formações continuadas dos professores.
Os questionários eram compostos de vinte a vinte e um itens e objetivava traçar o perfil dos entrevistados, como também, investigar a respeito da utilização do tablet/PC como ferramenta pedagógica e os impactos advindos dessa utilização, tanto na dimensão da prática pedagógica diária dos professores como nas dimensões pedagógica e social dos estudantes. Trazia, em sua maioria, questões fechadas e também algumas abertas, dependendo do que se pretendia investigar.
Dos oitenta e cinco estudantes das três turmas de Ensino Médio de 2015 da escola pesquisada, apenas sessenta e dois se disponibilizaram a contribuir respondendo ao questionário.
A primeira temática desejava investigar a respeito do perfil dos estudantes.
A segunda temática tratou da utilização do tablet/PC na prática pedagógica dos professores da escola pesquisada, e nesse sentido, o que chamou mais a atenção diz respeito aos aplicativos que os alunos apontaram que deveriam ser mais explorados pelos professores.
Gráfico 01: Aplicativos que poderiam ser mais explorados pelos professores em sala de aula.
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Para entender melhor os resultados aqui apresentados, a fala de Dias e Brennand (2011, p. 123), ressalta:
O computador e as tecnologias trazem novas maneiras de se aprender e ensinar, que supõem um diferencial para a educação tradicional, não para substituí-la, mas para proporcionar maneiras alternativas e complementares de ampliar as oportunidades educativas.
Com base no que foi ressaltado pelas autoras, é importante trazer maneiras diferentes para se construir e ampliar o conhecimento. Para tanto, se exige dos novos educadores como também dos educandos, posturas mais abertas e flexíveis, muito estudo, compromisso, responsabilidade e o querer fazer diferente.
Interrogados sobre a importância do tablet/PC para sua vida estudantil e pessoal os estudantes responderam:
“O tablet é uma ótima ferramenta, porém os recursos necessários, tais como internet, e os outros, ainda apresentam um grande déficit”; “Pois com essa ferramenta podemos ir mais além do que os professores pedem”; “Ajuda nas pesquisas, na realização de trabalhos, além de complementar os estudos feitos em sala de aula”; “Tem ajudado em muitas pesquisas, trabalhos, estudos complementares, fonte de pesquisa, além de auxiliar os alunos em determinadas matérias e oferecer livros que possam usar para o futuro”; “Fornece a inclusão digital”; ”Trabalhos, nos quais ajudou no convívio social”; “o tablet ajudou no desempenho escolar.”
De acordo com as respostas dos estudantes, chegou-se a conclusão de que os governos devem continuar com os programas de inclusão digital, uma vez que esses oportunizam a muitos que por razões sociais e ou econômicas, não podem dispor de tais tecnologias.
Em se tratando das formas de contribuição oferecidas pelo computador ao educando, Almeida (2012, p. 117) citou:
O computador representa uma transformação no modo de pensar e aprender. A ideia de fazer um mundo de produção de programas, certamente representa uma nova qualidade na educação que ao lado de outros objetivos e ao lado do desenvolvimento de outras habilidades constituem o todo da educação.
Certamente que o “Programa Aluno Conectado” do Governo de Pernambuco, segundo os próprios estudantes, vem contribuindo positivamente para o enriquecimento de suas aprendizagens, promovendo ainda, a inclusão digital entre os alunos da Rede de Ensino do Estado, entendendo-se que a alfabetização para as novas mídias deve ser uma prioridade de todos os governantes que desejam promover a inclusão digital da população.
Todos os professores se disponibilizaram a contribuir respondendo ao questionário que visava diagnosticar os impactos pedagógicos e sociais, do “Programa Aluno Conectado”, da Secretaria de Educação de Pernambuco (tablet/PC).
A primeira temática traçava o perfil dos profissionais, trazendo as questões de um a onze, enquanto que a segunda tratava dos impactos do uso do tablet/PC na prática pedagógica.
Os professores apontaram a internet como sendo a maior dificuldade enfrentada na utilização do tablet/PC no dia a dia de sala de aula.
A utilização da internet com maior velocidade é um processo com implicações que ultrapassam os muros da escola e corroborando com o comentário do autor, ressaltou-se a importância dessa tecnologia ser incorporada à sala de aula, visando à construção de uma cidadania democrática, participativa, crítica e responsável. O recurso da internet pode multiplicar as situações de aprendizagens, com sites de busca, ferramentas da comunicação, a troca de experiências com pessoas de contextos diversos, entre outros.
Interrogado a respeito da motivação para utilizar o tablet/PC em suas aulas, os professores, opinaram:
Gráfico 02: Motivos para utilizar o tablet/PC na prática pedagógica
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Na opinião dos professores, ficou claro que o tablet/PC pode contribuir de forma significativa para a melhoria da qualidade do ensino-aprendizagem, tirando a monotonia da sala de aula, uma vez que seus aplicativos tornam as atividades mais dinâmicas e prazerosas e ao mesmo tempo, contribui para a formação pessoal e profissional dos estudantes.
Outro dado interessante diz respeito às habilidades desenvolvidas pelos estudantes utilizando o tablet/PC no dia a dia pedagógico.
Gráfico 03: Habilidades desenvolvidas pelos alunos a partir do uso do tablet/PC como ferramenta pedagógica.
Fonte: Dados da pesquisa, 2015.
Refletiu-se a partir dos dados expostos, quão importante essa ferramenta se tornou na vida dos estudantes, dando-lhes condições de outros letramentos que talvez as condições econômicas de sua família não pudessem lhe proporcionar. Observar esse avanço social foi muito gratificante para a pesquisadora que trouxe para esse espaço de discussão a importância da inclusão midiática dos estudantes e da necessidade de novos letramentos para interagir, nos diversos espaços sociais.
Os questionários direcionados aos estudantes e professores da escola, foram muito ricos em suas respostas e contribuíram bastante para se compreender a problemática da implantação dessa ferramenta (tablet/PC), como material didático a fim de apoiar os alunos na construção de suas aprendizagens.
Os dados colhidos nas observações mostraram que a escola pesquisada dispõe de várias tecnologias, que poderiam ser mais utilizadas no fazer pedagógico dos professores. Porém, aos poucos, boa parte delas vem sendo substituída pelo computador.
As análises dos questionários respondidos mostraram que o tablet/PC vem contribuindo significativamente para complementar os estudos dos alunos, dando-lhes suporte na realização de tarefas, em leituras e pesquisas, organização de trabalhos e na compreensão dos conteúdos escolares como também, possibilitando-lhes a continuidade dos estudos fora de sala de aula, alargando assim, os muros da escola. Ainda podemos citar como benefícios advindos do tablet/PC, a inclusão digital dos estudantes, pois conforme depoimentos de todos os entrevistados, essa ferramenta vem favorecendo não só aos estudos, como também, às inclusões sociais e digitais.
A análise das respostas que se referiram às mudanças pedagógicas e sociais ocorridas na vida dos estudantes a partir do tablet/PC elucidou que políticas como essa, implantada pelo Governo do Estado de Pernambuco, através do “Programa Aluno Conectado”, são de suma importância para inclusão social e digital das classes menos favorecidas da população que, em boa parte, só vão ter acesso a tais benefícios através da escola.
O estudo realizado trouxe a todos, momentos de reflexão a respeito da utilização do computador como ferramenta pedagógica como também, sobre a importância da presença de um profissional na escola, especializado em tecnologia, para assessorar professores e alunos quanto ao manuseio correto e efetivo destas, evitando-se o desperdício de tempo e a danificação dos equipamentos.
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1. Possui Doutorado em Educação (UFPB-2007), Mestrado em Administração (UFPB-2003), Especialização em EaD (UNIGRAN-EaD-2010), Bacharelado em Ciências Contábeis (UFPB-2000) e Licenciatura em Pedagogia (UNIGRAN-EaD-2012). Atualmente é Professora Associada I da Universidade Federal da Paraíba, Professora Pesquisadora I da Universidade Aberta do Brasil - UAB/UFPB, Professora do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, Gestão e Avaliação da Educação Superior da UFPB, Professora do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em Gestão nas Organizações Aprendentes da UFPB. Foi Professora da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE (2009-2015). É Consultora ad doc - Avaliação de Cursos Superiores na Área de Ciências Contábeis, Administração e Pedagogia (SINAES/INEP/MEC). Prestou Consultoria para a UNESCO/MEC, na área de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Tem experiência na área de Pedagogia, Educação a Distância, Avaliação do Ensino Superior, Administração e Contabilidade, atuando principalmente nos seguintes temas: avaliação do ensino superior, gestão, pedagogia e educação a distância. Email: gracinhavieira@yahoo.com
2. Possui Mestrado em Gestão nas Organizações Aprendentes pela Universidade Federal da Paraíba (2016) e Licenciatura em Letras. Diretora da Escola de Referência em Ensino Médio Alfredo de Carvalho, na cidade de Triunfo-PE.
3. O texto sobre o Projeto UCA foi escrito tendo como base, as informações colhidas no portal do MEC e no site: https://blog.ufba.br/ucabahia/breve-historico-do-projeto-uca/