Espacios. Vol. 37 (Nº 03) Año 2016. Pág. 22

O Gerenciamento de Riscos no Transporte Rodoviário de Cargas: Um Estudo do Caso Paulínia e o Transporte de Combustíveis

The Risk Management in Cargo Road Transport: Paulinia and the Fuel Transport as a case of study

Igor Henrique Inacio OLIVEIRA 1; Lucas Lopes Rodrigues FILHOLINO 2, Maurilio Alexandre 3, Enio Fernandes RODRIGUES 4; Luiz Teruo KAWAMOTO 5

Recibido: 20/09/15 • Aprobado: 10/10/2015


Contenido

1. Introdução

2. Justificativa

3. Problemática

4. Objetivos

5. Hipóteses

6. Referencial Teórico

7. Metodologia

8. Estudo De Caso

9. Considerações Finais

Referências Bibliográficas


RESUMO:

Este estudo consiste em apresentar e descrever o funcionamento de um plano de gerenciamento de riscos no transporte rodoviário de cargas, com foco no risco de roubo de combustíveis, apresentando o cenário da problemática no Estado de São Paulo e posteriormente restringindo-a a uma região cluster no segmento em questão. A pesquisa será desenvolvida inicialmente por meio de uma fundamentação teórica que abrange o tocante do modal rodoviário de cargas, o levantamento sobre o mercado de gerenciamento de riscos e os produtos e serviços disponíveis atualmente, de forma que a fundamentação da pesquisa se dará pela apresentação de um estudo de caso com base em uma empresa líder no segmento de seguros no transporte rodoviário de cargas e gerenciamento de riscos. O objetivo da pesquisa é mapear as principais rotas quanto ao roubo de cargas na região de Paulínia-SP, considerando a natureza de cargas de combustíveis e especificação das medidas tomadas pela empresa estudada na busca de otimização da operação de transporte, tornando-a mais confiável e reduzindo os custos dos envolvidos. Através deste estudo comprova-se que as dimensões de um bom programa de gerenciamento de riscos, juntamente com suas técnicas, ferramentas e metodologias, podem e devem fazer parte da operação de transporte rodoviário de cargas a fim de proporcionar uma maior percepção do nível de serviço.
Palavras chave: Transporte, Rodoviário, Combustível, Roubo, Risco.

ABSTRACT:

The State of São Paulo uses the highway mode of transport as the primary mean of distribution and discharge of cargo, a situation that makes roads increasingly dangerous concerning the theft of materials. According to the State Public Security, about 8,500 theft incidents happened in 2014, a number that has been growing this year, due to the evolution of cargo theft system. A significant amount of occurrences comes from the region of Paulinia / Sao Paulo, when compared with other regions, and it was noted also that the fuel loads were prime targets for thieves, having in mind the high added value of this kind of load on the market. The theft system has against itself the development of technologies that seek the protection of the transport operation against possible claims. This study aims to evaluate these technologies, demonstrate their effective gains and how these data are worked in the context of elaborating a risk management plan. The study also outlined the technologies used and the risk management's cenario nationwide, so that they can map the route considered critical for operations in that region, in addition to a compact risk management plan designed to combat the fuel cargo theft in Paulinia / SP and its vicinity.
Keywords: Transport, Highway, Fuel, Theft, Risk.

1. Introdução

Os avanços tecnológicos e de pesquisa, juntamente com o desenvolvimento de técnicas logísticas, tem proporcionado as empresas maiores cuidados quanto a Gestão da Cadeia de Suprimentos, de forma a se buscar cada vez mais a otimização de processos, redução de custos e explosão de lucros. Por estes aspectos, as operações de transportes vêm representando importância estratégica para as organizações. Os desafios que circundam tais operações são incisivos e envolvem uma série de riscos, como questões que partem desde infraestrutura de vias e imprevisibilidade de tráfego, até alguns fatores que geram extrema preocupação entre as organizações do país, tal como o alto índice de roubo de cargas no modal rodoviário de transporte.

O impacto causado pelo roubo de carga vai muito além do valor financeiro da mercadoria transportada, pois existirá uma série de outros custos que deverão ser considerados. O resultado de uma operação interrompida vai, desde gastos operacionais com retrabalho e pagamento de um novo frete, até a perda de nível de serviço na visão do cliente e do consumidor, além da relativa queda no grau de confiabilidade transmitido pela organização e de outros custos que poderiam ser enumerados.

As empresas precisam reduzir, quando não possível extinguir, custos e prejuízos desnecessários e evitáveis, partindo dessa problemática cada dia mais presente e frequente no segmento de negócio do transporte, será apontada através deste estudo a necessidade de se gerenciar os riscos no modal rodoviário, demonstrando como agir quanto a existência de perigos, bem como a efetividade e importância de tais técnicas para a liquidez e eficácia da empresa.

Esta pesquisa utilizará como base o caso do Estado de São Paulo, que detém grande parte da economia do país, de forma a caracterizar o cenário atual quanto aos roubos de cargas de combustíveis, mais especificamente na região de Paulínia, bem como as vulnerabilidades do sistema de transporte, demonstrando ferramentas, tecnologias e estratégias de gerenciamento de riscos utilizadas por uma empresa tradicional na área, quanto ao transporte rodoviário de cargas.

2. Justificativa

Conforme os dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP/SP) e o levantamento feito pela Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (FETCESP), em 2014, foram observados 8.510 ocorrências de roubos de carga, um aumento de 6,9% no número de ocorrências em relação ao ano anterior que apresentava 7.959 casos, situação que tem gerado algumas iniciativas entre as organizações no intuito de elaborar um planejamento estratégico e de gerenciamento de riscos no transporte rodoviário de cargas, o qual se apresenta como o modal mais afetado pelo problema.

3. Problemática

O sinistro do roubo de carga afeta as operações de transporte, resultando em diversos impactos financeiros, de imagem e de risco a vidas.     

4. Objetivos

Mapear a ocorrência de sinistros no transporte de produtos químicos no caso, combustíveis, entre a praça de Paulínia e Cosmópolis, na rota para região metropolitana de São Paulo, e demonstrar as ações que são utilizadas no intuito de minimizar os riscos e ampliar a confiabilidade do sistema de transporte apontado.

5. Hipóteses

Através de um bom programa de gerenciamento de riscos, é possível tornar uma operação mais eficiente, podendo proporcionar confiabilidade às empresas.

6. Referencial Teórico

6.1 Transporte

Baseada no conceito de retirar um determinado material de sua origem e depois entrega-lo ao seu devido destino, a atividade do transporte proporciona segundo BALLOU (2009) e LIMA (2006), extremo impacto no gerenciamento de custos logísticos e no processo de globalização de forma geral, podendo representar, positiva ou negativamente a renda e os preços de uma região. Sob a visão de BALLOU (2009) os custos com transporte podem atingir dois terços dos custos de uma empresa, além de FLEURY (2003) e LIMA (2006), considerando que os gastos com transporte se referem a aproximadamente 60% de tais custos.        Tendo-se em vista o grau de impacto que os gastos com transporte refletem sobre os custos finais das operações e em função disto à liquidez da empresa, deve-se tomar bastante cuidado para se decidir de que maneira transportar determinada carga, pois existem algumas opções divergentes para tal.                                                                                                         BOWERSOX e CLOSS (2010), além de BALLOU (2009) concordam que o serviço de transportes pode acontecer nos modais Ferroviário, Rodoviário, Dutoviário, Aeroviário e Aquaviário, de forma que, além de outros fatores, são fundamentalmente diferenciados pelos recursos físicos que utilizam.                                                                                                            Sob o ponto de vista de BOWERSOX e CLOSS (2010), o desempenho oferecido por cada modal quanto ao nível de serviço, pode ser avaliado através de cinco parâmetros fundamentais: velocidade quanto ao tempo de entrega médio, confiabilidade, capacidade, disponibilidade e frequência.                                                                                               A seguir, pode-se avaliar uma tabela que atribui notas aos respectivos modais, de forma que a menor nota representa melhor classificação:


Figura 1: Comparação de modais
Adaptação de BOWERSOX e CLOSS, 2010

A definição do modal ideal para transporte de uma determinada carga deve considerar além dos parâmetros citados, a avaliação das características da carga, fator que pode colocar algum dos critérios apresentados em situação de destaque, pendendo a este no momento da escolha.

6.2 Transporte Rodoviário

O transporte rodoviário é o modal que principalmente através de rodovias realiza a movimentação de pessoas e cargas por meio de veículos automotores e, segundo RODRIGUES (2005) é mais indicado para curtas e médias distâncias, devendo ter sua utilização considerada dentro de um raio de até 500 km para se enquadrar no que se chama de viabilidade econômica.

No Brasil, segundo dados do Departamento Nacional de Infraestrutura do Transporte (DNIT), existem cerca de 1,7 milhões de quilômetros de estradas, que recebem aproximadamente 64% de toda a movimentação de cargas no país e cerca de 90% no tocante ao Estado de São Paulo. Tal utilização se dá principalmente pela insuficiência dos outros modais que, quando escolhidos, necessitam do transporte rodoviário como complemento em algum momento.

Os custos fixos do modal rodoviário são baixos, visto que os operadores não possuem as estradam em que operam, referindo-se aos veículos como pequena unidade econômica e comentando que as operações não exigem equipamentos onerosos. Em contra partida, destacam-se os altos custos variáveis, considerando que os gastos com manutenção das rodovias são cobrados dos usuários em forma de impostos sobre combustível, pedágio e peso por milha. (BALLOU, 2004)

O modal rodoviário se destaca por ser autossuficiente, ou seja, único modal que pode concluir uma operação de transporte desde o seu início, sem prévia utilização de qualquer outro modal como complemento, além de possuir características específicas, visto que pode alcançar qualquer área do território nacional.

BALLOU (2004) Cita como principais vantagens do transporte rodoviário a flexibilidade e possibilidade de entregas porta-a-porta, destacando também a frequência e disponibilidade diferenciada deste modal para realização dos serviços de transportes de um modo geral. 

6.3 Risco

O termo risco provém do italiano rischio, que deriva do árabe rizq e basicamente significa proximidade ou possibilidade de que algo que interfira no processo aconteça. Conforme afirma BARALDI (2010), riscos são "elementos incertos às expectativas, aquilo que age constantemente sobre os objetivos, as metas e os meios estratégicos (pessoas, processos, informação e comunicação), influenciando o ambiente e provocando prejuízos", ou seja, define-se como risco a relação entre a possibilidade de se efetivar uma ocorrência danosa e o impacto positivo ou negativo causado por esta no resultado final.

Seguindo esta linha de raciocínio, o risco quanto a roubos para o transporte rodoviário de cargas está, por exemplo, relacionado às chamadas áreas de risco, ou seja, regiões em que existem históricos de ocorrências, além de altos índices de periculosidade.

Na visão de ZONATO e BEUREN (2010) o risco pode não somente resultar em prejuízos para uma organização, mas também na possibilidade de abrirem oportunidades para empreendimentos, diferente do COSO (Commitee Of Sponsoring Organizations of The Treadway Commission) ressaltando que o risco tende a impactar de forma negativa aos resultados esperados, o que justifica a existência de gerenciamentos de riscos.

No cenário do modal rodoviário, tendo em vista o sinistro de roubos, os riscos irão impactar um resultado negativo em 100% das efetivações, visto que os custos para redimensionamento da operação serão exorbitantes.

Além dos transportes, os riscos podem estar presentes nos mais diversos cenários, quanto a isso FERMA (2011), DAVI e BLASCHEK (2006), MARSHALL (2002) e entre outros autores, dissertam e enquadram os riscos em alguns tipos mais comuns: Financeiros, de conformidade/legal, Operacionais, de mercado, Tecnologicos e estratégicos, de forma que o risco no transporte rodoviário de cargas se enquadraria nos riscos operacionais.

6.4. Gerenciamento de Risco

O gerenciamento de riscos é um conjunto de atividades que passou a ser conteúdo de pesquisas em meados dos anos 60, conforme NAVARRO (2011) que diz que o gerenciamento de riscos "surgiu como técnica nos Estados Unidos, no ano de 1963, com a publicação do livro Risk Management in the Business Enterprise, de Robert Mehr e Bob Hedges", e destacando também, que a prática do gerenciamento de riscos foi se desenvolvendo através do tempo principalmente devido ao grande avanço da tecnologia da informação aplicada ao âmbito estatístico e organizacional. O Commitee Of Sponsoring Organizations of The Treadway Commission (COSO) de maneira mais detalhada define o gerenciamento de riscos como um processo conduzido em uma organização pelo conselho de administração, diretoria e demais empregados, aplicado no estabelecimento de estratégias, formuladas para identificar em toda a organização eventos em potencial, capazes de afetá-la, e administrar os riscos de modo a mantê-los compatível com o apetite a risco da organização e possibilitar garantia razoável do cumprimento dos seus objetivos.

Dessa forma, temos que o objetivo de se gerenciar riscos é identificar ameaças que podem afetar o processo ou ação, possibilitando o cumprimento destes para se chegar ao resultado pré-determinado com mínimas perdas, quando não possível extingui-las. Além de planejado, o gerenciamento de riscos precisa acontecer de maneira organizada e sucinta, no que concorda KERZNER (2004), definindo o assunto como "uma maneira organizada de identificação e mensuração dos riscos e desenvolvimento e seleção de opções para gerenciá-los".

Como toda e qualquer técnica que exige procedimento, o gerenciamento de riscos precisa de uma padronização para que seus utilizadores possam se basear, neste sentido DINSMORE (2009), resume as etapas primordiais para tal em:

  1. Planejamento: Identificar o que se pretende alcançar;
  2. Identificação: Identificar as incertezas que podem surgir;
  3. Análise: Definir quais as incertezas que serão gerenciadas (as que mais afetam o projeto);
  4. Planejamento da resposta: Como tratar as incertezas;
  5. Monitoramento e controle: Foco no resultado e melhoria continua.

6.5. O mercado brasileiro quanto ao gerenciamento de risco no transporte rodoviário

As estatísticas relacionadas ás ocorrências de roubos de carga tem demonstrado maior incidência de eventos, segundo apontamento da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (FETCESP), em 2014, observou-se aumento de 6,9% no índice em relação ao ano anterior, fator que favorece as empresas atuantes no ramo de gerenciamento de riscos e soluções tecnológicas de segurança para operações, além das próprias companhias de seguro que disponibilizam serviços direcionados ao transporte.

Sobre a parte de seguros, é possível observar que grandes empresas do segmento têm desenvolvido serviços com peculiaridades exclusivas no tocante a problemática base deste estudo. A Porto Seguro (2015) disponibiliza uma página integralmente voltada à especificação dos serviços para o gerenciamento de riscos em transporte, destacando a importância de se gerenciar tais riscos e demonstrando algumas ferramentas adotadas, como consultoria de riscos, manutenção da frota, roteirização, rastreamento e monitoramento de veículos de cargas, além de treinamentos, e entre outros tantos serviços.

O desenvolvimento de equipamentos e softwares de rastreamento e monitoramento de veículos é outro diferencial oferecido pelo mercado para um bom plano de gerenciamento de riscos. Neste segmento, a Zatix (2015), empresa criada no ano de 2008 e atualmente uma das líderes no mercado de tecnologias de rastreamento e gestão de frotas, disponibiliza o Sistema Omnilink, ferramenta criada para monitoramento de veículos, que proporciona um elevado grau de segurança, controle e automação para cargas. Segundo o site da empresa, o sistema conta com sensores e atuadores instalados no veículo (tais como lacre das portas de cabine, baú, motor, e entre outros), além de um software para a gestão e controle desses equipamentos. A comunicação entre estes equipamentos e o software pode ocorrer através de satélites ou redes de transmissão de sinal para celulares, sempre se utilizando das informações Global Position System (GPS). Observa-se ainda, que a tecnologia conta com diversas funções programáveis como alvos e cercas eletrônicas, (locais no mapa onde os dispositivos instalados no veículo atuam automaticamente através de funções previamente configuradas) criação de rotas, detalhes da operação logística como um todo, ferramentas de telemetria (ferramenta do sistema de rastreamento que fornece informações sobre o desempenho da frota e dos motoristas) e o mais importante para o gerenciamento de riscos que é a localização do veículo em tempo real.

Quanto a tecnologias de monitoramento, pode-se citar também a Autotrac, empresa atuante há 20 anos no segmento e que, em seu site, demonstra o desenvolvimento de diversas soluções e serviços direcionados ao transporte rodoviário de cargas, disponibilizando sensores e atuadores instalados no veículo com diferentes funcionalidades tanto para proteção do cavalo mecânico quanto da carreta, e são operadas e controladas sempre através de um software. Observa-se também, que a Autotrac (2015) realiza serviços de pronta resposta, ou seja, uma equipe de campo para recuperação da carga em caso de algum sinistro. Existem ainda diversas outras empresas que desenvolvem equipamentos de rastreamento e softwares de monitoramento, porém todas seguem basicamente as mesmas ferramentas e serviços de gerenciamento de riscos.

7. Metodologia

Esta é uma pesquisa qualitativa, pois não serão utilizados dados e modelos matemáticos, de caráter exploratório, tendo-se em vista o objetivo de analisar o processo existente sem participação direta nele, onde serão realizadas as seguintes fases:

  1. Levantamento das rotas críticas do tocante a roubo de carga, incluindo a natureza da mercadoria;
  2. Levantamento do estado da arte quanto ao tema abordado, procurando elucidar o leitor sobre o assunto;
  3. Descrição das tecnologias e metodologias utilizadas pela empresa estudada;
  4. Apontamento da relação entre a bibliografia e a operação citada;

8. Estudo De Caso                                                                          

8.1 Caracterização da empresa pesquisada

A base de informações utilizada para fundamentar este estudo de caso foi uma empresa corretora de seguros e gerenciamento de riscos, especializada no transporte rodoviário de cargas nacional. A empresa em questão atua a mais de 40 anos no segmento, foi pioneira nos processos de gerenciamento de riscos. Desenvolveu e estabeleceu normas e procedimentos que hoje regem o gerenciamento de riscos e monitoramento dos veículos brasileiros e, por motivos estratégicos, a organização optou por não ter seu nome divulgado nesta pesquisa, e será tratada como Empresa ABC.

A empresa possui como principais clientes grandes operadores logísticos internacionais e nacionais, além de embarcadores líderes nos segmentos em que atuam.

8.2 O Gerenciamento de riscos na Empresa ABC

A ABC parte do princípio que para cada cliente existe uma particularidade, começando pelo tipo de produto que é transportado e quais as regiões onde a operação se transcorrerá. Dessa maneira, para o desenvolvimento de um projeto de gerenciamento de riscos, a empresa tem conforme previsto em seus manuais de procedimento as seguintes etapas:

  1. Entendimento do cliente: Nessa primeira etapa, deve-se visitar o cliente e entender o seu processo de transporte e distribuição, procurando entender a sua demanda e a sua operação logística como um todo, a fim de identificar quais as vulnerabilidades do sistema;
  2. Identificação do risco externo: Após descobrir quais são as vulnerabilidades internas, deve-se buscar entender quais são os fatores externos que influem diretamente na operação e geram riscos, buscando informações relacionadas à região em que a operação atua, confrontando a mesma com índices de roubos de cargas e com os tipos de cargas que mais são roubados, além de pontos na rota com maior vulnerabilidade (conhecidos como área de risco), procurando fazer um levantamento com sua base de dados e experiência com outros clientes do mesmo segmento ou região de atuação. Considera-se este ponto como um princípio de melhoria continua, de forma que se aprende com as experiências anteriores, sejam elas positivas ou negativas;
  3. Análise e definição do gerenciamento de riscos: Após entender o cliente e descobrir quais são os riscos da operação, deverão se tomar como foco os riscos mais acentuados de acordo com as condições de financiamento do cliente, uma vez que as tecnologias e procedimentos empregados no gerenciamento de riscos tem um valor relevante de investimento.

Após a definição e elaboração de um plano de gerenciamento de riscos, é enviado por fim uma proposta ao cliente, de forma a se buscar o menor custo possível, pois os clientes de gerenciadoras de riscos costumam ser clientes fieis, que permanecerão mais tempo contratando os serviços. Geralmente, vários ajustes são feitos entre a gerenciadora e cliente e, após a definição de cada recurso, técnica e ferramentas a se utilizar, os procedimentos são implantados, sempre de acordo com a necessidade de cada cliente.

Realizada a implantação, a gerenciadora precisa efetivar seus serviços, ou seja, garantir a diminuição quando não possível extinção de ocorrências, por isso realiza o acompanhamento e controle das operações, fiscalizando os procedimentos. A seguir apresenta-se um fluxograma para melhor visualização.

Figura 2: Procedimento de Gerenciamento de Riscos Empresa ABC

8.3 Ferramentas do Gerenciamento de Riscos

A empresa estudada possui algumas ferramentas básicas para realizar o gerenciamento dos riscos no transporte rodoviário de cargas. Abaixo, serão destacadas as principais, que são a base para o sucesso do gerenciamento:

  1. Banco de dados dos motoristas;
  2. Criação de rotas seguras;
  3. Monitoramento de veículos;

8.3.1 Banco de dados dos motoristas

Para gerenciar os riscos de roubo de cargas, a empresa ABC entende que antes de qualquer medida, é necessário parametrizar as cargas de acordo com seus valores, para os motoristas quanto as suas qualificações. Antigamente, o roubo em si baseava-se apenas na apropriação indébita da carga, ou seja, o motorista carregava e simplesmente desaparecia com a mercadoria. A primeira ação tomada para se gerenciar os riscos foi a criação de um banco de dados com diversas informações sobre os motoristas, tais como: Número de viagens, tipos de mercadoria que o mesmo já transportou (por características da carga e por valor), informações sociais (cadastro de devedores, processos criminais), entre tantas outras informações. O banco de dados é atualizado 24 horas por dia e contém mais de 880 mil veículos e mais de 2 milhões de motoristas cadastrados, sendo que mais de 600 mil são frequentes (sempre são consultados). Dessa maneira, para efeito de seguro, existem tabelas de sublimites, onde os motoristas são classificados em uma espécie de ranking.

Tabela 1: Classificação e cobertura de risco do motorista

Classificação

Sublimite

Descrição

5

R$ 70.000,00

Só pode transportar mercadorias com valor abaixo do sublimite enquadrado;

4

R$ 140.000,00

3

R$ 240.000,00

2

R$ 500.000,00

1

Risco coberto

Pode transportar mercadorias com qualquer valor (possui cobertura total de risco)

Fonte: Empresa ABC (2015)

Os clientes podem consultar a situação do motorista a qualquer hora via sistema online. Existem ainda outras classificações de sublimites que são específicas a operações especiais.

8.3.2 Criação de rotas seguras

Outra ferramenta importantíssima para a gestão do risco é a criação de rotas seguras. Nesta fase, devem-se entender primordialmente, quais são as vias rodoviárias e urbanas pelas quais a operação irá circundar. Para o gerenciamento de risco, quanto mais opções viárias melhor, escolhendo-se sempre as vias com a menor probabilidade de ocorrência de um roubo.

Dentro das vias pré-determinadas, são estabelecidas informações como os pontos seguros de paradas, os tempos que o veículo deve permanecer parado, locais certos para pernoite, além dos pontos críticos do percurso. Geralmente existem postos de combustíveis credenciados e auditados pela gerenciadora, onde a segurança é o principal fator a ser avaliado.

Antes de cada rota segura ser colocada em pratica, a mesma deve ser validada entre a gerenciadora de risco, o transportador e o embarcador e, após a validação, a rota deve ser seguida conforme o tratado, sendo isto fator importante para possível pagamento do seguro da mercadoria por ocorrência de roubo, acidente ou qualquer outro evento.

Em geral, são criadas rotas para as mercadorias com maior visibilidade dos criminosos, ou para embarques que irão percorrer áreas do mapa classificadas como áreas de risco. No Brasil, a empresa estudada classifica diversas áreas como de risco, porém para base deste estudo, será utilizado o Estado de São Paulo. Abaixo a área de risco na região:

Tabela 2: Área de risco no Estado de São Paulo considerando Raio de 200 km do marco zero da cidade de São Paulo

Cidade

UF

Raio

Abrangência

São Paulo

SP

200 Km

 - Rod. Presidente Dutra (BR-116) até a cidade de Cruzeiro/SP

 - Rod. Régis Bittencourt (BR-116) até a cidade de Pariquera Açu/SP

 - Rod. Anhanguera (SP-330) até a cidade de Pirassununga /SP

 - Rod. Castelo Branco (SP-280) até a intercessão da entrada de Botucatu /SP

 - Rod. Fernão Dias (BR-381) até a cidade de São Gonçalo do Sapucaí /MG

 - Rod. Washington Luis (SP-310) até a cidade de São Carlos/SP

8.3.3 Monitoramento de veículos

Nos procedimentos da empresa ABC, o principal método utilizado para gerenciar os riscos relacionados a roubos de cargas é o monitoramento dos veículos. Existem diversas tecnologias de rastreamento de veículos e cargas e diversas centrais de monitoramento (ou gerenciadoras de risco), que fazem o monitoramento em todo o território nacional.

Tais tecnologias se utilizam das informações de Global Positioning System (GPS) e podem ter diferentes meios de comunicação, mas os mais usados são: Comunicação GSM/GPRS (redes de celular) ou comunicação via satélite. Essas tecnologias possuem basicamente as mesmas funcionalidades, contam com sensores e atuadores instalados no veículo que se comunicam eletronicamente com um computador de bordo instalado no mesmo. Este por sua vez se comunica com uma central de monitoramento através de sinal de celular ou satélite, como descrito anteriormente. Na imagem a seguir estão dispostos os dispositivos de segurança existentes para veículos de cargas:

Figura 3: Sensores e atuadores que podem ser instalados em um veículo

Fonte: Autotrac (2015)

Na imagem, vê-se:

  1. Em azul: Sensores;
  2. Vermelho: Atuadores;
  3. Preto: Equipamentos básicos para o funcionamento e comunicação dos equipamentos;
  4. Verde: Tecnologias complementares;

Os sensores e atuadores comumente instalados nos veículos de cargas no Brasil são:

  1. Sensor e trava das portas da cabine;
  2. Sensor e trava da porta do Baú;
  3. Trava de carreta;
  4. Bloqueador eletrônico (Inibidor de movimento);
  5. Sirene;
  6. Trava de 5ª roda;
  7. Botão de Pânico (instalado na cabine do caminhão, onde o motorista informa a central de monitoramento que está sendo coagido ou está em risco).

A instalação de cada um desses itens varia de acordo com o valor agregado da carga que será transportada, e da necessidade de cada um dos transportadores. Porém, o principal motivo para que os transportadores se preocupem em adquirir uma tecnologia de monitoramento é devido à exigência das seguradoras. As tecnologias embarcadas no veículo podem servir para diferentes tipos de monitoramento, segundo os manuais da ABC, os mais comuns estão descritos abaixo:

Monitoramento logístico: Ocorre quando a empresa utiliza o equipamento de rastreamento apenas para coletar informações pertinentes à operação de transporte, tais como: andamento da viagem, tempo de percurso e localização do veículo. Para esse tipo de monitoramento, geralmente são equipados no automotor apenas os dispositivos de telemetria e de comunicação com o motorista.

Monitoramento preventivo: Baseia-se em um conjunto de medidas operacionais, de forma que os operadores de monitoramento possuem a imagem ao vivo da localização do veículo ou frota, utilizando-se de mapas digitalizados obtidos a partir de informações de localização via satélite. Contando também, com um software que integra as informações de rastreamento com os sistemas eletrônicos de telecomunicação instalados no veículo, além de oferecer a melhor opção de rota a ser seguida quanto à segurança, com o intuito de evitar ocorrências nas viagens.

8.4 Atuação da Empresa ABC no transporte de combustíveis

Frente ao cenário apresentado e após mensurar os reais impactos empregados sob suas operações, a Empresa ABC como gerenciadora de riscos identificou quais eram os tipos de ocorrência no tocante a modus operandi, podendo distinguir três tipos de ações para interceptação de cargas: Abordagem em movimento, Abordagem em ponto de parada e Desvio de carga.

A primeira linha de ação dos meliantes, considerada pela ABC a mais incidente e agressiva, têm se baseado na abordagem em meio à rodovia e com o veículo em movimento, de forma que os criminosos após interceptação do transportador com um ou mais carros, portando armas de fogo de grosso calibre, ameaçam o motorista e tomam a direção do veículo que em seguida, é levado para um local de transbordo, onde a carreta será desengatada do cavalo inicial e a engatada em um cavalo mecânico próprio, visto que o alvo principal do roubo na maior parte das vezes é somente a carreta com a carga.

Para maior segurança de operações quanto a este tipo de ações, a ABC definiu que os transportadores deveriam instalar em seus veículos um equipamento de proteção veicular, ou seja, equipamento de rastreamento, que contenha sensores e atuadores. O equipamento deve ser escolhido a critério do transportador quanto a marca, porém deve conter impreterivelmente os seguintes itens:

Tabela 2: Sensores e Atuadores obrigatórios para o Gerenciamento de Riscos

Sensores

Atuadores

Itens adicionais

Portas da cabine

Trava das portas

Localizador portátil na carreta

Botão de Pânico

Violação do sistema

Bloqueador de movimento

Violação do Painel

Equipe de pronta resposta atuante

Ignição

Trava de 5ª Roda Eletrônica

Descolamento

 Dos itens destacados acima, deve-se ter atenção especial à Trava de 5ª roda eletrônica, equipamento que impede desengate da carreta quanto ao cavalo mecânico, de forma que tal ferramenta só é liberada após um comando da central de monitoramento através da solicitação do motorista. O recurso é um item de extrema importância, pois os principais atuadores do sistema de rastreamento partem do cavalo mecânico e, quando desengatada a carreta, os meliantes possuem controle total sobre a carga. Com a utilização deste equipamento, quando em funcionamento, o criminoso não consegue roubar somente a carreta, tendo que subtrair o conjunto veicular inteiro, aumentando assim as chances de neutralização do roubo através do sistema de proteção veicular.

Este fato também justifica que a empresa ABC solicite a obrigatoriedade da alocação de um rastreador secundário comumente conhecido como localizador portátil ou "isca de carga", equipamento que se encontra sempre escondido na carreta, possui bateria própria e só é ativado pela central de monitoramento caso ocorra uma perda de comunicação do rastreador principal. Esse recurso não possui sensores nem atuadores, servindo apenas para que se descubra o posicionamento do veículo, através de comunicação via redes de celular ou até mesmo por rádio frequência. O localizador portátil é um equipamento que, devido ao fato de não possuir atuadores, está relacionado diretamente com a recuperação da carga. Ou seja, o mesmo torna-se útil quando a mercadoria já foi subtraída ou quando existe forte suspeita de roubo. A empresa ABC entende que a forte suspeita de roubo ocorre quando existe a violação dos dispositivos de segurança ativados no veículo, quando há o pressionamento do botão de pânico por parte do motorista ou quando o rastreador principal perde sinal. A partir desse momento é que a central de monitoramento começa a pedir posições (GPS) do localizador. A central também solicita o serviço de pronta resposta do fornecedor do equipamento.

A segunda linha de ações detectada pela gerenciadora acontece quando o motorista encontra-se em pernoite, parado em postos de combustíveis com o devido conjunto veicular. Dessa maneira, a ABC exige que os veículos possuam um bloqueador de movimento e obriga que o mesmo esteja ativo enquanto o veículo estiver parado em pernoite, ou em qualquer outra parada que seja feita durante o percurso. O mesmo vale para o sensor de ignição, que indica para central se a ignição encontra-se ligada ou desligada, e também para o sensor de deslocamento, que alerta a central quando existe o deslocamento indevido do veículo.

Outro problema frequente enfrentado pelas empresas que atuam no segmento em questão é o desvio de combustíveis, situação em que motoristas participantes das quadrilhas especializadas desviam pequenas quantidades do combustível de cada carregamento que fazem, conforme reportagem divulgada pelo portal Globo (2015) recentemente, informe que mostra a operação da policia militar da região ao flagrar o desvio e venda de combustíveis em Paulínia. A proporção de carga combustível transportada resulta no considerável prejuízo do embarcador quando são operações de transferência e coleta, e também do cliente nas distribuições e entregas das mercadorias.

Quanto a este tipo de sinistro, a ABC definiu através de sua política de banco de dados que somente poderiam transportar a mercadoria em questão, motoristas que estivessem com seus dados socioeconômicos atualizados e com seu perfil de risco dentro do sublimite previamente estabelecido da mercadoria. Motoristas com registros de práticas criminosas de qualquer natureza não poderiam fazer o transporte de combustíveis, portanto o transportador deve consultar o status do motorista antes de cada viagem, uma vez que a ferramenta pode ser acessada online e opera 24 horas por dia. Essa ferramenta é de extrema importância, pois a empresa ABC entende que se deve confiar o transporte de combustíveis aos profissionais com lisura em sua conduta profissional devido a questões securitárias, pois cada embarque dessa mercadoria vale entre R$ 80.000,00 (valor médio dos carregamentos de álcool) até aproximadamente R$ 165.000,00 (valor médio dos carregamentos de óleo diesel). Dessa maneira, a ferramenta de consulta do motorista torna-se de fundamental importância para que se diminuam os riscos de roubos e fraudes na operação de transporte envolvendo combustíveis, seja de coleta, transferência ou de entrega. A escolta é utilizada somente no período destacado devido ao seu custo elevado.

A gerenciadora ainda optou pela proibição de pernoite dos motoristas com o  conjunto veicular, considerando um raio de 250 km de Paulínia, uma vez que a cidade encontra-se bem no centro da área de risco do Estado de São Paulo, como pode-se observar na figura 3 apresentada anteriormente. Além disso, não se pode transitar no trecho entre Paulínia e Cosmópolis na rodovia SP332 (ponto crítico da operação) entre as 22 horas e 4 horas da manhã sem o acompanhamento da escolta ostensiva terrestre, uma vez que este é o período com maior incidência de assaltos. A regra vale para qualquer operação de transporte.

Para que essas tecnologias tenham sua eficiência constatada, a empresa ABC definiu também que torna-se necessário realizar monitoramento preventivo 24 horas por dia, com uma central do transportador em questão, seja própria ou terceirizada, dedicada somente a combustíveis, portanto definiu-se também que as centrais de monitoramento sigam as seguintes fases:

  1. Preparação: Nessa fase, a central realiza a certificação de que o equipamento de rastreamento e o software de monitoramento estão em perfeitas condições de operação;
  2. Acompanhamento: É o efetivo monitoramento do veículo, onde são aplicadas as normas de gerenciamento de risco estabelecidas e se aplicam também os procedimentos de segurança e os procedimentos logísticos;
  3. Detecção: Nessa fase são aplicados os critérios de avaliação de indícios de desvio de conduta (motorista), violação do sistema de segurança e violação dos prazos logísticos;
  4. Confirmação: Relacionada à confirmação de uma situação de risco, como um assalto, furto ou até mesmo um acidente;
  5. Reação: Refere-se à fase onde se aplicam as prioridades e níveis de reação, seja ela pelos equipamentos de rastreamento (atuadores do veículo), pelo acionamento das autoridades policiais e acionamento de pronta resposta (em caso de roubo confirmado);
  6. Melhoria contínua: Nessa fase é onde a central de monitoramento e gerenciadora de risco devem identificar todas as não conformidades na operação e gerar dados estatísticos e relatórios que ajudarão no desenvolvimento de indicadores de desempenho que darão as diretrizes para correção dos erros.

A Empresa ABC acredita que a aplicação dessas fases com rigor minimiza a possibilidade da consumação de roubos e aumentam as possibilidades de recuperação em assaltos consumados.

9. Considerações Finais

Conforme dados e informações apresentados no início deste estudo, a problemática dos roubos de cargas no Estado de São Paulo vem demonstrando maior incidência, de forma que as projeções futuras também não são otimistas principalmente quanto ao roubo de combustíveis, produto que vem passando por inúmeras alterações no seu valor de mercado, tornando-o mais interessante no ponto de vista de criminosos. Considerando o Estado de São Paulo e a natureza da carga estudada, observa-se que a cidade de Paulínia e suas proximidades apresentam um significativo acumulo de ocorrências de roubos, aspecto que torna fundamental a necessidade da aplicação de gerenciamento de riscos.

Através das informações coletadas e analisadas pela empresa foco e demonstradas neste estudo, foi possível detectar quais são as principais ações dos meliantes na tentativa de tomar posse da mercadoria. Notou-se que a principal ação é quando a carga está em movimento, no momento em que ocorre uma abordagem que obriga a paralização da operação para realização do crime. A abordagem dos criminosos também ocorre no momento de pernoite dos motoristas, que são surpreendidos em postos de gasolina, proximidades das empresas, transportadoras ou armazéns. Outra ação relevante é o envolvimento de funcionários ligados a operação, geralmente o próprio motorista que facilita a ocorrência. A partir das ações mais frequentes e que impactam efeito negativo aos resultados da operação, foi possível traçar um modelo de gerenciamento de risco capaz de mitigar, neutralizar e inibir tais práticas.         

Para fundamentar tal modelo de gerenciamento de risco, a empresa criou procedimentos, adotou a utilização de algumas ferramentas e tecnologias com o objetivo de tornar suas operações mais seguras e confiáveis. Resumidamente, pode-se observar que para aplicação de um bom modelo de gerenciamento de risco dentro da proposta apresentada, torna-se necessário detectar vulnerabilidades presentes nas operações, garantir a confiabilidade nos operadores, padronizar os processos de embarque e distribuição, aperfeiçoar os canais de comunicação e promover maior controle sobre veículos e carga. Por fim, é de conhecimento a alta dependência do país quanto ao transporte rodoviário de cargas, de forma que assegurar maior eficiência no segmento é também manter os índices de nível de serviço minimamente aceitáveis, podendo contribuir com melhorias para todo o volume de cargas transportado no país.

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1. FATEC-GRU – Faculdade de Tecnologia de Guarulhos – Graduação em Logística e Operações. E-mail:   igoroliveira06@outlook.com
2. FATEC-GRU – Faculdade de Tecnologia de Guarulhos – Graduação em Logística e Operações. E-mail:   lucasfilholino@hotmail.com
3. FATEC-GRU – Faculdade de Tecnologia de Guarulhos – Graduação em Logística e Operações. E-mail:   maurilio.alexandre@yahoo.com.br
4. IFSP – Instituto Federal de São Paulo / Universidade Braz Cubas – Pós-Graduação em Logística e Operações. E-mail:   eniofr@uol.com.br
5. IFSP – Instituto Federal de São Paulo / Universidade Braz Cubas – Pós-Graduação em Logística e Operações. E-mail:  luizteruo@hotmail.com


Vol. 37 (Nº 03) Año 2016

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