Espacios. Vol. 36 (Nº 24) Año 2015. Pág. 8

O impacto da política comercial chinesa sobre o comércio internacional de minério de ferro

The impact of China´s commercial policy on the international trade of iron ore

Mygre Lopes da SILVA 1; Rodrigo Abbade da SILVA 2; Daniel Arruda CORONEL 3; Reisoli BENDER FILHO 4

Recibido: 17/08/15 • Aprobado: 03/10/2015


Contenido

1. Introdução

2. Referencial Teórico

3. Metodologia

4. Análise e discussão dos resultados

5. Conclusões

Referências


RESUMO:

O estudo visa analisar os efeitos da redução das barreiras tarifárias da China nas importações de minério de ferro no setor exportador brasileiro e australiano. Fez-se uso do Modelo de Equilíbrio Geral Computável. Os resultados indicaram que há benefícios para os exportadores da África do Sul e Comunidade dos Estados Independentes CEI, e efeitos negativos para Austrália, Índia e Brasil. Esse fato pode estar relacionado à competitividade sul-africana e da CEI, devido aos menores custos de importação, como os de transporte, pela proximidade destes com a China, bem como à capacidade de resposta da oferta da commodity e questões geológicas.
Palavras-chave: Comércio internacional. Minério de ferro. China.

ABSTRACT:

This study aims to analyze the effects of the reduction of tariff barriers in China's imports of iron ore in the Brazilian and Australian export sector. The Computable General Equilibrium Model was used. The results indicated that there are benefits to exporters from South Africa and (Commonwealth of Independent States CIS), and negative effects for Australia, India and Brazil. This fact may be related to South African competitiveness and the CIS due to lower import costs, such as transport, due to the proximity of these with China as well as the responsiveness of the commodity supply and also geological issues.
Keywords: International trade. Iron ore. China

1. Introdução

O minério de ferro é utilizado como matéria-prima na fabricação do aço, o qual é um dos insumos necessários para a fabricação de automóveis, máquinas e equipamentos, além de ser empregado na construção civil. Dadas essas condições, há uma crescente demanda pelo produto, sobremaneira nos países em desenvolvimento, caso da China, pois utilizam a matéria-prima para melhorias em infraestrutura, como construção de estradas, pontes, aeroportos, hospitais, bem como na ampla expansão no mercado de bens duráveis (Franco, 2008).

O crescimento econômico chinês acarretou em expansão do setor industrial, maior taxa de urbanização, bem como melhorias nas condições de infraestrutura do país, fatores que tornaram o país asiático o maior importador global de minério de ferro (Cabral Júnior et. al. 2008).  Por outro lado, Austrália e Brasil são os dois principais exportadores do minério de ferro para o mercado chinês, sendo que aproximadamente 69,04% e 18,37% das importações chinesas, em 2014, tiveram origem em ambos os países (United Nations Commodity Trade Statistics Database- UNCOMTRADE 2014).

Além disso, é importante destacar que a tarifa média aplicada pela China ao setor de minerais às exportações australianas é de 2,05% e 1,59% para as exportações brasileiras do setor (World Integrated Trade Solution- WITS 2015), as quais podem causar distorções no comércio internacional, bem como a redução da alocação eficiente dos recursos e perdas de bem-estar para as economias (Robson, 1985).

Com base neste cenário, pretendeu-se responder ao seguinte questionamento: reduções e/ou eliminações das barreiras tarifárias, como tarifas de importação, pela China, alavancariam as exportações de minério de ferro destes países? Neste sentido, o trabalho busca analisar os possíveis impactos das políticas comerciais da China para o setor exportador brasileiro e australiano de minério de ferro. Optou-se por utilizar como método o Modelo de Equilíbrio Geral, com o intuito de captar todas as interações das variáveis econômicas, dados os choques no setor do minério de ferro.

É importante ressaltar que ainda são incipientes estudos que tratem do setor exportador de minério de ferro em relação às possíveis políticas tomadas pelo principal mercado demandante, o chinês, o que traz o aspecto de inovação deste trabalho. Além disso, são praticamente inexistentes estudos sobre o comércio internacional australiano e brasileiro de minério de ferro, entre eles citam-se o de Pais, Gomes e Coronel (2012), o de Franco (2008) e o de Cabral Júnior et. al. (2008). Os estudos desta natureza são necessários para melhor compreensão da articulação das cadeias produtivas e acesso a outros mercados.

Seguindo esta temática, o presente artigo está estruturado em cinco seções, além desta sucinta introdução. Na segunda seção, é apresentado o referencial teórico; na terceira, apresentam-se os aspectos metodológicos; na quarta, os resultados são analisados e discutidos e, por fim, na quinta, são delineadas as principais conclusões da temática explorada.

2. Referencial Teórico

2.1 A formação de blocos econômicos                          

A integração comercial entre os países vem ocorrendo de duas formas: por meio de negociações multilaterais, no sistema Gatt/OMC (General Agreement on Tariffs and Trade [5], Organização Mundial do Comércio), ou por meio de acordos regionais. A primeira forma promove ganhos de bem-estar e de eficiência, de acordo com as teorias de comércio internacional, enquanto a segunda não há concordância teórica a respeito da ocorrência de ganhos ou perdas (Morais, 2005).

A integração econômica pode ser entendida como uma forma de cooperação econômica entre determinadas regiões, sendo que o principal objetivo dos acordos e dos processos de integração consiste na criação de mercados maiores, eliminando obstáculos aos fluxos de mercadorias, fatores e serviços entre países, nos moldes da teoria clássica, onde os mercados maiores operam com maior eficiência (Vieira, 2006).

Contudo, há divergências em relação à abrangência dos acordos regionais entre os países, na medida em que existem diferentes graus de integração, bem como diferentes objetivos. Estes acordos econômicos ajudam a promover um comércio mais livre, além de evitar conflitos comerciais destrutivos, com base em retaliações (Krugman, Obstfeld, 2005).

Em outra perspectiva, a integração regional tende a incentivar a especialização das nações na produção de bens que possuam vantagens comparativas. A redução (ou eliminação) de barreiras resulta em aumento da competição, o que afeta a estrutura produtiva dos países pertencentes ao acordo. Destacam-se os ganhos com economias crescentes de escala, dada a tendência à especialização somada ao crescimento do tamanho do mercado (Barcellos Neto, 2002). Na Figura 1, destacam-se as fases do processo de integração econômica [6].

1

Figura 1- Fases da integração econômica entre países e/ou regiões
Fonte: Coronel (2008).

O aumento da eficiência e a abertura comercial tornam a região, inserida em blocos e/ou acordos comerciais, mais atrativa ao aumento do fluxo de investimentos estrangeiros diretos, o que reflete na migração de capital em direção aos membros do acordo (Salvatore, 2000). Ressalta-se também a alteração nos termos de troca, decorrente da redução dos preços em função do acirramento competitivo, pelos ganhos de especialização e de escala, além da redução dos custos de transação devido à menor distância entre os mercados fornecedores, produtores e consumidores.

Porém, destaca-se que as pressões de grupos de interesse, os ciclos políticos e a interrupção das etapas do processo, bem como o forte poder de mercado adquirido pelos participantes dos acordos comerciais podem reduzir os possíveis ganhos gerados (Baldwin, 1989; Magee, 1997; Barcellos Neto, 2002).

2.2 Efeitos da Integração Econômica: criação e desvio de comércio

Por meio dos benefícios e dos custos gerados pela formação de blocos econômicos, Viner (1950) propôs os conceitos de criação e de desvio de comércio. O primeiro trata do aumento das importações de uma mercadoria de um país pertencente ao bloco, através de reduções tarifárias, mesmo que isto implique em queda de produção doméstica. Isso elevará o bem-estar das nações integrantes porque acarreta a maior especialização na produção com base nas vantagens comparativas, bem como das nações não integrantes, pois parte do aumento de sua receita transforma-se em importações crescentes do resto do mundo (Salvatore, 2000).

Em suma, os ganhos de bem-estar são representados pelo aumento do consumo interno de bens, produzidos a preços mais baixos, importados de países que apresentam vantagens comparativas em sua produção, com custos mais reduzidos em relação à produção doméstica (Caves et. al. 2001).

O segundo conceito abordado nesta seção é o de desvio de comércio. Este ocorre quando há um deslocamento das importações de uma nação fora do bloco para uma pertencente ao mesmo. Isso ocorre devido à eliminação de tarifas existentes entre os países-membros, tornando-se mais vantajoso transacionar com um produtor menos eficiente, o que acarreta em perda de bem-estar da sociedade (Barcellos Neto 2002).

Verifica-se que o deslocamento da produção dos produtores mais eficientes não integrantes do bloco para os produtores menos eficientes que dele participam causa uma deterioração da alocação internacional dos recursos e afastamento da produção das vantagens comparativas (Salvatore 2000). A formação do bloco comercial é desejável apenas se os ganhos resultantes da criação de comércio forem maiores que as perdas do desvio de comércio (Krugman, Obstfeld, 2005).

Contudo, o aumento da participação das trocas intra-regionais pode ser gerado por melhorias efetivas de produtividade de algum país, que não possui necessariamente qualquer vinculação com incentivos ou distorções tarifárias (Barcellos Neto, 2002). Em suma, quanto maior a área abrangida pelo bloco econômico, quanto mais países o integrarem e quanto mais competitivos forem os países-membros, maior será a probabilidade de predominância da criação de comércio sobre o desvio de comércio (Robson, 1985).

Pode-se flexibilizar a proposta original de Viner, uma vez que a criação de comércio pode ser entendida como um crescimento mais do que proporcional do comércio intrabloco, o que permite o aprofundamento do processo de integração entre os países membros. De forma semelhante, a destruição de comércio acontece quando há um crescimento menos do que proporcional do comércio intrabloco (Oliveira et. al. 2009). Porém, deve-se destacar a necessidade de isolar a influência das demais variáveis, como preços, taxa de câmbio, ganhos de produtividade os quais possam influenciar os efeitos de comércio pós-integração (Vasconcelos, 2001).

2.3 Barreiras ao livre comércio

As barreiras comerciais são os principais empecilhos ao laissez-faire, as quais são aplicadas com o intuito de proteger as economias nacionais. No entanto, existem diversas formas de protecionismo, sendo uma delas a tarifa, um imposto cobrado quando um bem é importado (Krugman, Obstfeld, 2005).

As tarifas eram a forma mais utilizada para um país proteger a economia e seus efeitos eram distintos, pois os produtores se beneficiavam, contudo os consumidores eram prejudicados, visto que pagavam um preço mais elevado pelas mercadorias (Brum, Heck, 2005). As tarifas podem ser de três tipos: ad valorem, específicas e compostas. De acordo com Salvatore (2000), as tarifas ad valorem são expressas como uma porcentagem fixa do valor da commodity comercializada. As tarifas específicas são expressas com uma quantia fixa por unidade física da commodity comercializada. Já a tarifa composta é uma combinação das tarifas ad valorem e específica.

Todavia, as tarifas diminuíram nos últimos tempos porque os governos preferem proteger suas indústrias por meio de barreiras não tarifárias, como forma de evitar sanções e discussões na OMC (Krugman, Obstfeld, 2005). A proteção com base nas barreiras não tarifárias passou a se chamar de o "novo protecionismo", em contraste com o velho protecionismo, que se baseava nas tarifas alfandegárias (Willianson, Milner, 1991).

As cotas, as restrições voluntárias às exportações, os subsídios às exportações e as novas barreiras comerciais, caso das técnicas, ecológicas, burocráticas e sanitárias são as principais barreiras não tarifárias utilizadas pelos países (Azúa, 1986; Maia, 2001).        A cota é uma restrição quantitativa que limita as importações de determinadas commodities. Define-se restrição voluntária às exportações como um pedido do país importador ao país exportador, no sentido de reduzir a quantidade de mercadorias exportadas, a fim de evitar maiores sanções no âmbito macroeconômico internacional (Krugman, Obstfeld, 2005).

Os subsídios às exportações são pagamentos diretos, concessão de isenção fiscal, empréstimos subsidiados aos exportadores das economias. Os subsídios também podem ocorrer na forma de empréstimos a juros baixos concedidos a compradores estrangeiros de maneira a estimular as exportações do país (Salvatore, 2000).

As barreiras técnicas, por sua vez, são mecanismos que as nações utilizam para proteger seu mercado, ou seja, o país só importará determinados produtos se seguirem certos padrões, enquanto que as barreiras ecológicas têm como pretexto proteger a natureza. Entende-se por barreiras sanitárias a proibição da importação de determinadas mercadorias por considerar-se que esses produtos podem causar problemas à saúde da população (Maia, 2001). Estas barreiras podem ser vistas como uma forma de as nações protegerem seus mercados.

 

3. Metodologia

3.1 O Modelo de Equilíbrio Geral 

 

O modelo GTAP é estático, multirregional e multissetorial e agrega setores e bens, países e regiões, fatores de produção de mobilidade livre dentro de uma dada região (trabalho qualificado, trabalho não-qualificado e capital) e fatores de produção fixos (terra e outros recursos naturais) (Gurgel, 2007).

Os MEGS são construídos sobre sólidas bases microeconômicas, já que é preciso definir os agentes (consumidores, produtores, governo e resto do mundo) através de equações de comportamento, além de apresentarem consistência interna entre todas as variáveis, uma vez que derivam de uma base de dados necessariamente consistente e coerente. Estes modelos fornecem soluções numéricas para todas as variáveis endógenas, o que possibilita analisar os efeitos de mudanças em políticas econômicas (Fochezatto, 2005).

Os choques de políticas comerciais podem ser aplicados como a alteração de tarifas às importações e impostos às exportações. Essas alterações implicam a mudança dos preços relativos de produtos importados e exportados, a qual afeta as demandas finais e intermediárias (Gurgel, 2002). A Figura 2 apresenta as inter-relações dos agentes do modelo.

2
Figura 2
- Economia multirregional e aberta
Fonte: Hertel, Tsigas (1997).

Conforme a Figura 2, observa-se que a despesa do agente regional é dada por uma função de utilidade agregada, onde as despesas são alocadas entre consumo privado (PRIVEXP), consumo do governo (GOVESP) e poupança global (SAVE). A receita do agente regional é função da venda dos serviços dos fatores primários de produção, representado por VOA (valor do produto, a preços dos agentes) e pelos impostos TAXES (incididos sobre os bens domésticos), MTAX (tarifas à importação) e XTAX (taxas à exportação).

Os produtores têm suas receitas oriundas das vendas de sua produção aos agentes domésticos, sendo estes os agentes privados (VDPA = valor das compras domésticas pelo setor privado, a preços de agente), o governo (VDGA = valor das compras domésticas do governo, a preços de agente), outras firmas (VDFA = consumo intermediário), e aos agentes externos (Resto do Mundo, que representa a fonte de importação e o destino das exportações), por meio das exportações (VXMD). Ainda neste contexto, a receita pode ser gerada pelo valor das vendas de bens de investimento para satisfazer à demanda de poupanças pelos agentes regionais (REGINV).

A receita dos produtores é gasta com consumo intermediário (VDFA), na aquisição de serviços dos fatores primários (VDPA), nas importações (VIFA) e no pagamento de impostos (TAXES) ao governo. Assim, toda receita gerada é despendida com a compra de fatores intermediários e serviços de fatores primários, o que permite a condição de lucro econômico zero, pressuposto do fechamento do modelo.

O governo e os agentes privados gastam suas rendas em produtos domésticos e importados, VIGA e VIPA, respectivamente, bem como ambos os agentes pagam impostos de importação (MTAX) e de consumo (TAXES) e poupam (SAVE). Os fluxos regionais de poupança são agregados em nível global (poupança global), os quais são distribuídos para investimento em cada região (Monte, Teixeira, 2007).

3.2 Relações econômicas e comportamento dos agentes

A tecnologia utilizada pelas firmas em cada indústria do modelo é caracterizada pela árvore tecnológica ou de produção, a qual representa as tecnologias de forma separada e com retornos constantes à escala. O fechamento macroeconômico do GTAP é do tipo neoclássico, onde vigora a lei dos rendimentos constantes de escala (Monte, Teixeira, 2007). A Figura 3 aborda a árvore de produção.

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Figura 3- Árvore de produção
Fonte: Hertel, Tsigas (1997).

Admite-se que as firmas escolham sua combinação ótima de fatores de produção independentemente dos preços dos insumos intermediários. Por admitir esse pressuposto da separabilidade, impõe-se que a elasticidade de substituição entre quaisquer dois fatores primários, de um lado, e entre quaisquer dois insumos intermediários, de outro, seja igual. Isso permite a obtenção da árvore de produção, pois, como sua elasticidade é comum, se consegue traçar o primeiro nó da árvore, na qual insumos intermediários e fatores primários são combinados.

Dentro do grupo de fatores primários, as possibilidades de substituição reduzem-se a um único parâmetro, ou seja, admite-se uma função do tipo Elasticidade Constante de Substituição (CES), conforme a Equação 1:

sendo: A > 0; 0 < δ < 1; p > -1, em que Q é a quantidade produzida; os fatores de produção K e L, o capital e trabalho. Os parâmetros A, p e δ são um indicador do estado de tecnologia; o valor da constante da elasticidade de substituição; e o parâmetro de distribuição que se relaciona com as participações relativas dos fatores no produto, respectivamente.

Para funções do tipo CES, que possuem elasticidade de substituição constante e diferente da unidade, as mudanças percentuais na relação de preços refletem sempre a substitutibilidade dos bens ou fatores (Monte, Teixeira, 2007).  Dada a Equação 1, têm-se a elasticidade de substituição na Equação 2:

Substituindo-se (2) em (1), obtém-se a Equação 3:

O fator terra é empregado apenas na atividade agrícola e é imperfeitamente móvel entre os setores, enquanto os fatores L e K são empregados em todos os setores e são considerados perfeitamente móveis em uma economia. A elasticidade de substituição entre os pares de fatores primários varia de atividade para atividade, mas não entre regiões.

Os fatores intermediários também admitem a separabilidade, isto é, a combinação ótima dos fatores intermediários também independe do preço dos fatores primários. Assume-se que a elasticidade parcial de substituição entre os fatores intermediários seja constante e igual a zero, isto é, a combinação entre eles ocorre em proporção fixa. Admite-se a separabilidade entre insumos domésticos e importados, ou seja, as firmas decidem a fonte de suas importações e, baseadas nos preços de importação, determinam a combinação ótima de insumos domésticos e importados.

Para a análise do comportamento dos indivíduos, verifica-se que o consumo regional é formado por uma função de utilidade agregada que depende do consumo privado (CP), das despesas do governo (CG) e da poupança (S). Assim, a renda regional é distribuída de acordo com a demanda final, do consumo privado, consumo do governo e da poupança, por meio de uma função de utilidade per capita Cobb-Douglas, de acordo com a Equação 4:

sendo U a utilidade total em cada região, K e  os parâmetros da função. A maximização da função utilidade determina a alocação da renda em cada região. O fechamento padrão do GTAP faz com que a participação de cada um daqueles itens da demanda final na renda total seja constante,uma vez que a função de utilidade é uma Cobb-Douglas.

3.3 Fechamento macroeconômico do modelo e alocação do investimento entre regiões

O GTAP não considera as políticas macroeconômicas e os fenômenos monetários que são fatores explicativos do investimento agregado. Por não ser um modelo intertemporal e sequenciado no tempo, o investimento não é capaz de afetar a capacidade produtiva das indústrias/regiões. A alocação de investimentos entre as regiões afeta a produção e o comércio apenas por meio dos efeitos sobre a demanda final. Essas observações justificam a maior atenção dada a essa questão, além de o tratamento entre poupança e investimento ser necessário para completar o sistema econômico global, assegurando consistência no sistema de contas.

Além disso, é necessário lidar com mudanças potenciais na conta-corrente. Geralmente, os procedimentos de fechamento forçam a convergência entre poupança e investimento doméstico, fixando o balanço da conta-corrente, que pode ser expresso pela fixação do lado esquerdo da identidade das contas nacionais, como segue:

onde S representa a poupança; I, o investimento; X, as exportações; M, as importações e R, as transferências internacionais.

No lado direito da identidade citada será assegurada a igualdade entre poupança e investimento global, mesmo sem presença de um banco global para fazer a intermediação. Essa abordagem representa um fechamento de equilíbrio neoclássico, uma vez que o investimento é forçado a se alinhar às mudanças regionais da poupança.

3.4 Cenários analisados

Definiram-se dois cenários analíticos, os quais têm como base as discussões da Rodada de Doha, iniciada em 2001. Essa Rodada de negociações multilateral teve enfoque na redução de barreiras comerciais no setor agrícola, dada a importância do suprimento de alimentos em nível mundial (Anderson, Martim, 2005).

Especificamente, o primeiro cenário (Cenário 1) supõe a redução de tarifas de importação de minério de ferro em 33,33% para países em desenvolvimento, como por exemplo a China, conforme proposto pela Organização Mundial do Comércio (OMC) na referida Rodada. Já o segundo (Cenário 2) pressupõe um cenário de liberação comercial mais amplo, com a eliminação total das barreiras tarifárias de minério de ferro.

3.5 Fonte de dados

O banco de dados utilizado é o do Global Trade Analysis Project (GTAP), versão 8, com base de dados para os anos de 2004 e 2007. Esta versão compreende 129 regiões3 e 57 setores/commodities. A Tabela 1 agrega as principais regiões e setores que foram analisados.

Tabela 1 - Agregação entre regiões e setor realizada no GTAP

Regiões

Setores

Austrália (aust)

Minério de ferro (mf)

Brasil (bra)

Demais setores (ds)

Índia (ind)

 

China (chi)

 

Comunidade dos Estados Independentes (CEI)

 

África do Sul

 

Resto do mundo (RW)

 

Fonte: Elaborada a partir do GTAP-8
Obs.: Os símbolos entre parênteses indicam os códigos utilizados para a estimação.

A agregação dessas regiões justifica-se, pois são as principais regiões exportadoras do minério de ferro para a China (UNCOMTRADE, 2015).

4. Análise e discussão dos resultados

4.1 Análise do Cenário 1

Os resultados obtidos pelas simulações para produção, preços, produto interno bruto, fluxos comerciais internacionais e bem-estar decorrentes da proposta realizada na Rodada de Doha, de redução de 33,33% das tarifas de importação para produtos não agrícolas de países em desenvolvimento, estão representados na Tabela 2.

Neste primeiro cenário, considerando a redução parcial da tarifa de importação para os fluxos de comércio de minério de ferro, observa-se crescimento na quantidade produzida deste bem pela África do Sul (0,02%) e pela Comunidade dos Estados Independentes (0,01%); por outro lado, verifica-se decréscimo na produção australiana, chinesa, indiana e brasileira para o mercado chinês, havendo um desestímulo do setor produtivo, dada a maior abertura do mercado para a commodity estrangeira.

Tabela 2 - Mudanças na quantidade produzida (qo), exportações (vxwfob), importações (viwcif), preços domésticos (pm) e no bem-estar dos consumidores (ev) em um cenário de redução de tarifas de importação 33,33% das importações de minério de ferro da China- em variações percentuais (%).

Variação na quantidade produzida (qo)

 

Aust

Chi

ind

Bra

afrsu

cei

rw

mf

-0,02

-0,02

-0,02

-0,01

0,02

0,01

0,01

ds

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

Variação no valor das exportações (vxwfob)

 

Aust

Chi

ind

Bra

afrsu

cei

rw

mf

-0,04

0,01

-0,05

-0,03

0,03

0,02

0,03

ds

0,01

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

Variação no valor das importações (viwcif)

 

Aust

Chi

ind

bra

afrsu

cei

rw

mf

-0,01

0,04

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

ds

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

Variação nos preços domésticos (pm)

 

Aust

Chi

ind

bra

afrsu

cei

rw

mf

-0,01

-0,01

-0,01

-0,01

0,01

0,00

0,00

ds

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

Variação no Produto Interno Bruto (vgdp)

 

Aust

chi

ind

bra

afrsu

cei

rw

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

Mudanças no bem-estar dos consumidores (ev)

 

Aust

Chi

ind

bra

afrsu

cei

rw

-6,04

2,25

-2,33

-2,62

1,08

0,24

7,33

         Fonte: Resultados da pesquisa.

Além disso, verifica-se crescimento de 0,03% das exportações sul-africanas e de 0,02% da CEI, devido à queda das barreiras tarifárias chinesas para as importações de minério de ferro. De outra forma, há queda de 0,04%, 0,05% e 0,03% das exportações australianas, indianas e brasileiras da commodity para a China.

Pode-se ressaltar que tanto Austrália quanto Índia e Brasil apresentaram o mesmo comportamento, de retração da produção e das exportações à China. Como esses são os principais fornecedores de minério ao mercado chinês, esperava-se que o movimento fosse contrário, ou seja, aumento de produção e exportação dos três países.

Porém, pode-se sugerir que a redução das barreiras tarifárias pela China para o minério de ferro atrai a oferta da África do Sul e da CEI, devido aos menores custos de importação, como os de transporte, por exemplo, relacionados à proximidade destas regiões com o país asiático. Além disso, pode-se ressaltar a ampliação do consumo doméstico de minério de ferro pela Índia e pelo Brasil, devido ao crescimento econômico, podendo, portanto, vir a reduzir a oferta externa da commodity (Carvalho et. al. 2014).

Ainda nesta perspectiva, observa-se que as importações chinesas são crescentes (0,04%). Verifica-se que a redução da proteção do setor torna seus produtos menos competitivos, o que se observa na redução na quantidade produzida, a qual busca produtos mais baratos oriundos de outros mercados.

Pode-se considerar que as variações nos preços domésticos foram praticamente nulas. Para o Cenário 1, destacam-se crescimento de bem-estar para os consumidores chineses, sul-africanos, da CEI. Estes ganhos podem estar relacionados ao aumento do consumo interno de bens, produzidos a preços mais baixos, importados de outros países que possuem vantagens comparativas. Para a África do Sul e a CEI, os ganhos de bem-estar resultam do crescimento da produção e exportação, gerando maior dinamismo nestas economias.

A queda das barreiras comerciais possibilita maior eficiência alocativa na produção e no comércio internacional do setor do minério de ferro, o que acarreta em incremento de bem-estar para a população. Contudo, para os consumidores australianos, indianos e brasileiros, há redução de bem-estar devido à queda da produção, exportação e geração de renda decorrente da redução da tarifa de importação chinesa à commodity em questão.

Em suma, os resultados do primeiro cenário não provocaram grandes mudanças no mercado mundial de minério de ferro, uma vez que o choque foi relativamente pequeno para desestabilizar o equilíbrio inicial, porém foram suficientes para indicar possíveis tendências de alterações nos fluxos de comércio decorrentes de novas situações comerciais.

4.2 Análise do Cenário 2

Os resultados obtidos pelas simulações para produção, preços, produto interno bruto, fluxos comerciais internacionais e bem-estar decorrentes da proposta liberalização total das importações chinesas de minério de ferro (Cenário 2) estão representados na Tabela 3.

Em um cenário de liberalização total de comércio, observa-se crescimento na quantidade produzida pela África do Sul (0,07%) e pela Comunidade dos Estados Independentes (0,02%), ainda que em pequena quantidade, e decréscimo na produção australiana, chinesa, indiana e brasileira. Com isso, observa-se também o crescimento de 0,10% das exportações sul-africanas e de 0,07% da CEI, devido à queda das barreiras tarifárias chinesas para as importações de minério de ferro. Contudo, há queda de 0,13%, 0,14% e 0,09% das exportações australianas, indianas e brasileiras da commodity para a China. A partir destes fluxos, observa-se a expansão de 0,11% das importações chinesas.

O movimento de queda da produção e exportação da Austrália, da Índia e do Brasil e o crescimento da produção e exportação da África do Sul e da Comunidade dos Estados Independentes foram os mesmos encontrados no primeiro cenário. Esse fato pode estar relacionado, além dos argumentos anteriormente mencionados, com a competitividade da África do Sul e da CEI na produção e exportação de minério de ferro, bem como com a capacidade de resposta de oferta devido ao aumento da demanda chinesa, o que está associado com questões geológicas e produtivas.

Ainda nesta perspectiva, pode-se ressaltar que a África do Sul é a região que possui a maior concentração de ferro em seu minério, cerca de 65%. Com isso, o país sul-africano vem atraindo diversos investimentos, por possuir minas de alto teor ainda não exploradas, além de apresentar competitividade em relação aos custos de mina e econômicos (Carvalho et. al. 2014).

Tabela 3- Mudanças na quantidade produzida (qo), exportações (vxwfob), importações (viwcif),
preços domésticos (pm) e no bem-estar dos consumidores (ev) em um cenário de liberalização
completa do comércio chinês para as importações de minério de ferro- em variações percentuais (%).

Variação na quantidade produzida (qo)

 

aust

Chi

Ind

bra

afrsu

cei

rw

mf

-0,06

-0,07

-0,06

-0,04

0,07

0,02

0,02

ds

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

Variação no valor das exportações (vxwfob)

 

aust

Chi

Ind

bra

afrsu

cei

rw

mf

-0,13

0,03

-0,14

-0,09

0,10

0,07

0,08

ds

0,02

0,00

0,00

0,01

-0,01

0,00

0,00

Variação no valor das importações (viwcif)

 

Aust

Chi

Ind

bra

afrsu

cei

rw

mf

-0,02

0,11

0,00

-0,01

0,01

0,01

0,01

ds

0,01

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

Variação nos preços domésticos (pm)

 

Aust

Chi

Ind

bra

afrsu

cei

rw

mf

-0,03

-0,04

-0,03

-0,02

0,03

0,01

0,01

ds

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

Variação no Produto Interno Bruto (vgdp)

 

aust

Chi

ind

bra

afrsu

cei

rw

-0,01

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

Mudanças no bem-estar dos consumidores (ev)

 

Aust

Chi

Ind

bra

afrsu

cei

rw

-18,11

6,75

-6,98

-7,86

3,25

0,72

21,99

Fonte: Resultados da pesquisa.

Logo, pode-se sugerir que o fator que apresenta maior influência nas importações de minério de ferro chinesas está no seu crescimento econômico, sobremaneira baseado na demanda do setor mineral para expansão da infraestrutura (Franco, 2008; WITS, 2015). Além disso, verifica-se queda nos preços domésticos da Austrália, da Índia e do Brasil e suba destes na China, na África do Sul e na CEI. Nos primeiros, onde há redução nas exportações, supõe-se redução dos preços internos pela maior oferta doméstica, enquanto que, nos países que aumentam aas exportações, a oferta interna tende a ser menor, elevando, assim, os preços.

Nesse segundo cenário, conforme a Tabela 3,destaca-se também o crescimento de bem-estar dos consumidores chineses (6,75%), sul-africanos (3,25%) e da CEI (0,72%). A queda das barreiras comerciais permite a alocação eficiente dos recursos na produção e no comércio internacional do setor do minério de ferro, o que resulta em melhorias nas condições de bem-estar da população. Porém, para os consumidores australianos (-18,11%), indianos (-6,98%) e brasileiros (-7,86%), há redução de bem-estar devido à queda da produção, exportação e geração de renda decorrente da redução da tarifa de importação chinesa à commodity em questão.

Para Austrália, Índia e Brasil, constata-se uma menor produção, o que reduz a renda, porém os preços domésticos do minério de ferro também diminuem, o que provoca crescimento do poder de compra. Assim, a queda de produção é maior em relação ao efeito positivo provocado pela redução dos preços domésticos, o que ocasiona, portanto, perdas de bem-estar da população.

Para ambos os cenários, as variações do produto interno bruto destas regiões foram praticamente nulas, uma vez que o setor apresenta pequena participação em relação à economia mundial. Em suma, observa-se o mesmo comportamento das variáveis nos dois cenários analisados, benefícios para a África do Sul e CEI, e efeitos negativos para Austrália, Índia e Brasil.

Para corroborar com os resultados encontrados, fez-se uma ampla busca na literatura da área, contudo os estudos são escassos. No entanto, Gurgel (2007) afirma que o setor da indústria mineral e extrativa (omn), em um cenário de liberalização total de comércio, teria impactos negativos para produção, preços e importações brasileiras, o que ratifica os resultados encontrados neste estudo. Contudo, as exportações do setor teriam crescimento.

Cabe destacar que o cenário aplicado por Gurgel (2007) pressupõe eliminação das tarifas de importação para todos os setores e para todas as regiões, em uma espécie de acordo multilateral, o que difere dos cenários aplicados neste trabalho, os quais têm como foco apenas a alteração da política comercial chinesa.

5. Conclusões

Este trabalho buscou analisar os possíveis impactos da mudança na política comercial da China para o mercado internacional de minério de ferro, principalmente para os principais exportadores, Austrália e Brasil. Foram analisados dois cenários, o primeiro, de redução de 33,33% das tarifas de importação chinesas da commodity, conforme proposto pela Rodada de Doha para produtos não agrícolas, e o segundo, que propõe a liberalização completa do comércio chinês de minério de ferro, com eliminação total de tarifas de importação.

Destaca-se que, em ambos os cenários, houve crescimento da quantidade produzida e exportada da África do Sul e da Comunidade dos Estados Independentes, exportadores secundário de minério de ferro à China, em detrimento da redução desses quantitativos para a Austrália, a Índia e o Brasil, principais exportadores da commodity  ao mercado chinês. Este fato corrobora a teoria, pois, em uma situação de maior liberalização comercial, o país que possuir vantagem na produção e exportação de determinado setor intensifica sua produção e exportação. De outro lado, os mais ineficientes (ou menos competitivos) reduziram a produção e a exportação em uma situação de queda do protecionismo.

Nestes termos, a competitividade sul-africana e da CEI pode estar relacionada com menores custos de transporte, devido à proximidade geográfica com a China, e com a capacidade de resposta de oferta devido ao incremento da demanda chinesa, fato que está diretamente atrelado com questões geológicas e produtivas. Além disso, verificou-se aumento das importações chinesas devido à redução ou eliminação das tarifas de importação, resultado consistente com a intensificação dos fluxos de comércio, dado que, em uma situação de ampliação do livre comércio, as importações tendem a se expandir, assim como o consumo interno.

As simulações indicam redução da demanda chinesa pela commodity oriunda da Austrália e do Brasil, o que implica a necessidade de diversificação dos parceiros comerciais para reduzir a dependência comercial da China, além da ampliação da capacidade produtiva e competitividade no mercado internacional.

Como limitações, tem-se a falta de estudos sobre o mercado de minério de ferro, principalmente abordando questões como o impacto econômico e social da queda das barreiras comerciais para corroborar os resultados encontrados. Assim sendo, para pesquisas futuras, sugere-se o aprofundamento das análises, dado que o setor mineral, em específico o de minério de ferro, é estratégico para políticas de crescimento econômico, pela incorporação de alterações no fechamento do modelo, tais como alguns procedimentos de calibração, considerando a possibilidade de ocorrência de desemprego e economias de escala, o que permite maior aproximação com a estrutura analítica e sistêmica dos setores analisados.

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1. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) da  Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). E-mail: mygrelopes@gmail.com.
2. Mestrando do PPGA da UFSM. E-mail: abbaders@gmail.com.
3. Professor Adjunto do PPGA e Diretor da Editora da UFSM. E-mail: daniel.coronel@uol.com.br. Homepage: www.danielcoronel.com.br.
4. Professor Adjunto do PPGA da UFSM. E-mail: reisolibender@yahoo.com.br

5. O General Agreement on Tariffs and Trade, criado em 1947, foi um acordo que tinha como objetivo diminuir barreiras comerciais entre os signatários. Em 1994, esse acordo foi transformado na Organização Mundial do Comércio, que possui mecanismos destinados a resolver disputas comerciais.

6. Moreira (2010) e Barcellos Neto(2002) divergem quanto aos estágios de integração regional. O primeiro suprime o estágio de acordos preferenciais de comércio e o segundo autor não aborda o estágio da Integração Econômica Total. Krugman e Obstfeld (2005) não apontam os três últimos estágios de integração regional

7. Para mais detalhes sobre quais países e quais produtos estão inseridos na base de dados do modelo, acesse https://www.gtap.agecon.purdue.edu/databases/v8/.


 

Vol. 36 (Nº 24) Año 2015

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