Espacios. Vol. 35 (Nº 11) Año 2014. Pág. 5
Robson Alexander PETRY 1; Carlos Fernando JUNG 2; Diego Augusto de Jesus PACHECO 3
Recibido: 30/06/14 • Aprobado: 16/08/14
3. Procedimentos metodológicos
RESUMO: |
ABSTRACT: |
Para Fleury e Fleury (1997), fomentar um ambiente favorável à inovação deixou de ser um modismo e tornou-se uma questão de sobrevivência. Ou seja, a inovação assumiu um papel preponderante para o sucesso empresarial. De acordo com Lara, Bonfim e Serpa (2012), as empresas brasileiras estão inseridas num contexto que é desafiador em função da modesta participação na promoção de inovações, fazendo-se necessária uma profunda mudança cultural.
De certa forma, a inovação é algo que pode ser ou não uma característica intrínseca à cultura de determinada organização, ao passo que optar por ela é uma decisão que parte do próprio administrador. Neste sentido, Drucker (2003) salienta que os empresários precisam assumir um espírito empreendedor com vistas à inovação, de modo a reinventar continuamente a estrutura organizacional.
A inovação tecnológica, seja em produtos ou processos, tem a capacidade de impulsionar o desempenho competitivo de uma organização, fortalecendo-a mediante o mercado concorrente (JERONIMO; MEDEIROS, 2012). De acordo com Peters (1998), inovação pode significar investimentos elevados, o que, não necessariamente, garante o sucesso - inovação e risco andam juntos.
Geralmente, as organizações que utilizam a inovação como seu grande diferencial competitivo, assumem riscos, investem significativamente e são responsáveis pelas principais inovações em processos, produtos e serviços que emergem no mercado. Um exemplo disso são as empresas localizadas no Vale do Silício, nos Estados Unidos, que se destacam mundialmente pela geração de inovações tecnológicas, mas que também chamam a atenção pelos altos índices de projetos fracassados que consumiram valores expressivos (PETERS, 1998). Como consequência da sinergia empreendida na busca pela inovação, tais empresas são referência naquilo que fazem e, por conta disso, habitam nas chamadas fronteiras tecnológicas.
Conforme o Índice Global de Inovação 2013, elaborado pela World Intellectual Property Organization (WIPO); INSEAD - The Business School for the World e Johnson Cornell University, o Brasil ocupa apenas a 64º posição no índice suprarreferido, sendo que perdeu 6 lugares quando comparado a 2012 e 17 em relação a 2011. O relatório também aponta que, apesar de os países que possuem maior renda per capita figurarem nas primeiras posições, observa-se uma movimentação positiva de nações menos expressivas, as quais, até então, permaneciam adormecidas no tocante à inovação (DUTTA; LANVIN, 2013).
Na América Latina e Caribe, região composta por 23 economias nacionais, a Costa Rica lidera o ranking, enquanto que o Brasil aparece distante, apenas na oitava posição. Em suma, o estudo aponta que há países emergentes que identificaram a importância de investir em inovação e, por conta de suas iniciativas, estão se destacando e ganhando posições. Em via oposta, o Brasil enquadra-se no grupo de países que está perdendo posições no Índice Global de Inovação (DUTTA; LANVIN, 2013). A partir deste estudo, torna-se evidente a necessidade de estimular a inovação, com intuito de reverter este cenário negativo em que se encontra o Brasil.
O mercado consumidor atual não permite que a inovação permaneça em segundo plano, ele está cada vez mais exigente e anseia pela constância de novidades (MORE et al., 2012). Conforme a Pesquisa Industrial Anual, de 2003, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de moveleiro nacional investe apenas 0,3% da sua receita líquida em Pesquisa e Desenvolvimento, enquanto que a média dos países que fazem parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) corresponde a 0,5% (TIGRE, 2006).
Outro estudo realizado pelo IBGE, a Pesquisa de Inovação Tecnológica (PINTEC), identificou 5.116 empresas que representam o setor de móveis no Brasil, sendo que destas, no tocante à inovação, 3.240 não implementaram produto ou processo e nem desenvolveram projetos em suas instalações entre 2006 e 2008 (IBGE, 2010).
Diante do pressuposto de que a inovação é um diferencial competitivo e pode oportunizar sucesso as organizações, esta pesquisa torna-se relevante na medida em que retrata a realidade de um importante setor produtivo em determinada região do Rio Grande do Sul, no que tange a inibição da criatividade aplicada à inovação, em nível estratégico. Os resultados desta pesquisa poderão servir de base científica para a elaboração de futuros estudos no viés da criatividade aplicada à inovação. O artigo está organizado conforme segue: a seção 2 apresenta de forma objetiva o referencial teórico pertinente ao tema; a seção 3 descreve a metodologia da pesquisa; a seção 4 apresenta os resultados e na seção 5 fez-se a discussão dos resultados; por fim, a seção 6 apresenta as considerações finais.
De acordo com Marinho et al. (2012), a criatividade é uma temática ampla e em constante evidência, seja no ambiente empresarial ou acadêmico, sendo que dentre as diversas áreas vinculadas à criatividade existe a inovação. Ao mesmo tempo em que a criatividade e a inovação são elementos com significados diferentes, eles se complementam, pois através da criatividade ocorre a geração de ideias e, a inovação é o processo que transforma estas ideias em resultado efetivo (DEWES et al., 2012). Marinho et al. (2012) corroboram esta ideia, pois acreditam que, em se tratando do processo construtivo da inovação, a criatividade pode se fazer presente em diferentes formas, como por exemplo, na concepção, no desenvolvimento ou no aprimoramento de produtos ou processos.
No mesmo sentido, Schimitt e Brown (2004) afirmam que a criatividade pode ser vista como um processo de origem, que antecede a inovação. Sob um enfoque mais aprofundado, para Jung (2004), a criatividade é uma habilidade cognitiva fundamental para a inovação, sendo que o processo criativo requer disciplina e o cumprimento de ordenamentos mentais. Neste mesmo viés, Dewes et al. (2012) afirmam que a criatividade está relacionada a uma habilidade de natureza cognitiva, que é decisiva no processo de inovação e fundamental para o desenvolvimento de uma empresa e, até mesmo para a economia de uma nação.
A palavra "inovar" origina-se do latim in + novare, o que pode ser traduzido como "fazer novo". De maneira singela, pode-se dizer que inovação está relacionada a uma nova ideia (SARKAR, 2008). Apesar de ser um tema que ganha cada vez mais ênfase, a inovação não é algo puramente contemporâneo. Conforme Tigre (2006), desde o início do século XVIII sucederam-se seguidas ondas de inovações na melhoria de processos e desenvolvimento de novas fontes de materiais e energias. Por exemplo, em meados de 1790, a Inglaterra já havia inovado seus processos a partir da substituição dos teares manuais e moinhos mecânicos por máquinas a vapor, obtendo ganhos importantes em produtividade. Inicialmente, as inovações surgem com uma faceta primitiva, por vezes, inviáveis para a comercialização imediata; em seguida, entram em fase de evolução, o que decorre da concorrência entre empresas, modificações, adaptações, distorções, cópias, acréscimos e demais processos (ARBIX, 2010). Após esta fase inicial, a inovação ganha viabilidade para o mercado, logo, observa-se a existência de um longo processo que pode se utilizar de tecnologia, depesquisa básica ou, até mesmo, de pesquisa aplicada.
Para Takahashi e Takahashi (2007), as empresas de países desenvolvidos intensificam a variedade e frequência da introdução de novos produtos no mercado como estratégia que visa ganhos competitivos. Conforme Faria et al. (2009), o dinamismo do mercado atual exige que as empresas revejam seus diferenciais competitivos e reinventem seus processos afim de obter eficiência e lucratividade. Neste sentido, a busca pela inovação se torna imprescindível. Nesta linha, Hekis et al. (2010) afirmam que, para as empresas sobreviverem as constantes oscilações da economia atual faz-se necessário inovar as práticas gerenciais, os valores fundamentais e os processos.
De acordo com Sartori e Roos (2011), as empresas que identificam a importância da inovação tendem a introduzir em sua estrutura organizacional, a gestão da inovação - área incumbida de garantir a perenidade do negócio. O sucesso das empresas correlaciona-se com a evolução de suas competências e a geração de vantagens competitivas, ambas alicerçadas na inovação de produtos, de processos e dos modelos administrativos (PETTER; JUNIOR, 2012).
Sarkar (2008) vai além naquilo que tange a inovação. Segundo ele inovar está em um patamar que transcende a ideia de crescer e tentar manter-se no mercado: inovar também significa lançar novos produtos ou processos capazes de quebrar paradigmas e romper com propósitos já existentes e consolidados.
O ambiente de trabalho interfere diretamente no potencial criativo de um indivíduo, podendo potencializar essa característica ou, até mesmo, inibi-la (OLIVEIRA, 2010). De acordo com Takahashi e Takahashi (2007), entre outros fatores, a solicitude (respeito às diferenças individuais) dentro de um ambiente organizacional apresenta-se fundamental no processo de criação.
Para Jung (2004), o processo de inovação demanda, fundamentalmente, um ambiente favorável à criação, logo, faz-se necessária a ciência de alguns pressupostos, tais como: tolerância ao risco; receptividade, assimilação e dinamismo; percepção antecipada; e, baixa resistência as mudanças.
De acordo com um estudo realizado por Alencar (1999), entre outros fatores, a falta de oportunidade associada à limitação de tempo é uma das principais barreiras responsáveis pelo bloqueio à criatividade, seguida pela inibição e a timidez. Para inovar é imprescindível que a hierarquia e a burocracia, comuns em estruturas empresariais rígidas, não inibam a criatividade, da mesma forma, deve-se compreender que incerteza, risco e, até mesmo, o fracasso são inerentes ao processo da criação (MAY, 2007).
Sob o ponto de vista da criatividade aplicada à inovação, o ambiente organizacional pode ser visto como algo dinâmico e aberto. Na busca pela compreensão das características desta estrutura, Jung et al. (2009) identificam a Teoria dos Sistemas Sócio-Técnicos, cujo objetivo busca descrever como os sistemas ou subsistemas se organizam e interagem. A partir desta ideia, Hendrick (1993) propõe uma abordagem macroergonômica, de modo que é preciso compreender o ambiente de trabalho sob uma visão sistêmica, que pode ser entendida como o "homem-organização". Hendrick e Kleiner (2000) desdobram a macroergonomia em quatro subsistemas: ambiente externo, social, técnico e organizacional.
O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário estruturado adaptado de Jung, Frank e Caten (2010). Este questionário abordou os quatro subsistemas propostos pela teoria macroergonômica: (i) social, (ii) técnico, (iii) organizacional e, (iv) ambiente externo. Devido ao público alvo ser diferente da pesquisa realizada pelos autores, o questionário sofreu determinadas adaptações como forma de ajustá-lo ao contexto local.
O questionário consiste em 4 perguntas para cada um dos subsistemas que abrangem a Teoria Macroergonômica, logo, totaliza 16 questões, as quais foram distribuídas aleatoriamente. Para fins de tabulação e análise, cada questão foi avaliada numa escala de 1 a 5, sendo que 1 para menos importante e 5 para mais importante.
Inicialmente, foi realizada uma pré-seleção com intuito de constituir a amostra da pesquisa, a qual elencou 10 empresas atuantes no setor moveleiro, ambas localizadas na Região do Paranhana - distribuídas nos municípios de Riozinho, Rolante, Taquara, Parobé, Igrejinha e Três Coroas. Das 10 empresas convidadas a participar da pesquisa, 2 empresas localizadas no município de Três Coroas não demonstraram interesse, portanto, a referida cidade restou excluída da pesquisa. Logo, a amostra final totalizou 8 empresas.
O contato inicial com as empresas foi efetuado por meio de telefone, diretamente com o principal gestor de cada organização. Neste momento, a síntese da pesquisa era explanada e, mediante o aceite, o gestor dispunha de duas opções para responder ao questionário: agendamento de uma reunião na própria empresa ou envio do questionário via e-mail para posterior retorno. De acordo com a preferência de cada empresário, 75% dos entrevistados preferiram participar via e-mail e 25% por meio de reunião na empresa. A Figura 1 sintetiza as principais fases que compuseram a estruturação e aplicação da pesquisa.
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Fases da estruturação e aplicação da pesquisa |
Definição do escopo da pesquisa |
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Seleção do instrumento de pesquisa |
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Adaptação do instrumento de pesquisa para o contexto |
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Levantamento prévio dos candidatos potenciais a participar da pesquisa |
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Contato telefônico com os empresários |
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Aplicação da pesquisa (via e-mail ou entrevista na própria empresa) |
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Tabulação da pesquisa |
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Síntese dos resultados |
Figura 1 - Fases da estruturação e aplicação da pesquisa
No Brasil, as primeiras fábricas de móveis em escala deram início as suas atividades industriais em 1890, no Rio de Janeiro. Com o passar dos anos alguns pólos produtores começaram a se formar em diferentes regiões brasileiras, como por exemplo: Arapongas (PR), Mirassol (SP), São Bento do Sul (SC) e Bento Gonçalves (RS).
No ano de 1979, empresários do setor criaram a AFAM - Associação de Fabricantes de Móveis do Brasil. Tal instituição se empenhou em estruturar nacionalmente o setor através da promoção de feiras, treinamento da mão-de-obra, etc. Esta iniciativa visou atribuir excelência na qualidade dos produtos (ABIMÓVEL, 2013).
No Rio Grande do Sul, em 1987, foi criada a MOVERGS - Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul. Esta entidade visa auxiliar no desenvolvimento das empresas moveleiras por meio da identificação das demandas e da defesa dos interesses do setor diante do Governo (MOVERGS, 2013).
Em 1992, a AFAM redefiniu sua denominação para ABIMÓVEL - Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário. O principal objetivo desta instituição foi alavancar o segmento moveleiro através de auxílio do Governo Federal aos programas de exportação. Com estratégias cada vez mais agressivas, buscando a consolidação dos móveis brasileiros no cenário internacional, em 2003, a ABIMÓVEL lançou o Selo de Garantia do Móvel Brasileiro (ABIMÓVEL, 2013).
No contexto local, em 2003, foi fundada a AFAMEP - Associação dos Fabricantes de Móveis e Esquadrias do Vale do Paranhana. Esta associação foi criada com intuito de auxiliar no desenvolvimento dos fabricantes de móveis e esquadrias, por meio de reuniões com os empresários e demais entidades de interesse, bem como promover feiras e eventos do setor. Em meados de 2010 esta associação reduziu suas atividades de modo a, gradativamente, encerrar suas atividades junto à comunidade regional (AFAMEP, 2013).
As empresas, nas quais foram realizadas as pesquisas, atuam no mercado de mobiliário em geral, fabricando e comercializando entre outros produtos: mesas, cadeiras, aberturas, camas e cozinhas. Situam-se na Região do Paranhana, no estado do Rio Grande do Sul. O principal insumo utilizado na confecção dos produtos é madeira ou MDF - Medium Density Fiberbord (placa de fibra de madeira de média densidade).
Os principais processos de transformação das matérias-primas em produto final são realizados internamente. As organizações que participaram da pesquisa enquadram-se na classificação de micro ou pequena empresa, logo, a realidade delas não comporta ambientes específicos (como laboratórios), estruturados com tecnologia de ponta, focados na inovação. Sobretudo, é importante enfatizar que todas estas empresas, a sua maneira, trabalham com iniciativas voltadas para a inovação de seus produtos e processos em nível estratégico.
A análise dos dados aponta que cada um dos subsistemas da Teoria Macroergonômica exerce influência em se tratando do bloqueio à criatividade dos gestores de empresas do setor moveleiro da Região do Paranhana, o que pode ser observado na Figura 2.
Dentre os quatro subsistemas avaliados pela pesquisa, observa-se que o social apresentou menor relevância com relação aos demais, enquanto que o técnico apresentou maior importância sob a ótica dos gestores. Ao analisar-se a Figura 2 é importante ponderar que o resultado da pesquisa se apresenta dentro de limites de graduação, onde o mínimo para cada subsistema poderia ser 4 e o máximo 20 pontos. Por fim, a pontuação apresentada para cada subsistema decorre do somatório obtido a partir da escolha de cada participante, que foi multiplicado pelo peso de cada questão (de 1 a 5, 1 para menos importante e 5 para mais importante).
Figura 2 – Grau de relevância de cada subsistema sob a ótica dos gestores
Conforme os Quadros 1 a 4 é possível verificar detalhadamente cada um dos subsistemas, assim como a ponderação atribuída pelos gestores para cada uma das questões que compuseram o instrumento de pesquisa.
No Quadro 1, o subsistema social não é percebido como preponderante no tocante aos fatores que bloqueiam a criatividade quanto à inovação, haja vista que a maior parte do percentual de relevância ficou entre os quadrantes de pontuação 1 e 3.
Observa-se que os gestores, em sua maioria, não demonstram medo em expor suas ideias e projetos ao mercado, assim como, não acreditam que se tivessem tido um ambiente familiar, durante sua infância, favorável à discussão, leitura e estudos acerca da arte e ciência, haveria alguma influência no potencial criativo atual.
Da mesma forma, os gestores também não acreditam que o fato de não terem sido estimulados a criar e inovar no ambiente escolar, durante a infância, tenha implicado limitações atuais, bem como, não consideram relevante uma comunicação menos intempestiva, com vistas à realização de discussões acerca de diferentes pontos de vista, em prol da geração de conhecimento e novas ideias.
Subsistema |
Questões: Eu seria mais criativo se... |
Relevância: 1 para menos importante e 5 para mais importante |
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3 |
4 |
5 |
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Social |
...não fosse o medo que tenho das opiniões dos outros e do próprio mercado. O medo do ridículo ou de errar me faz ficar nervoso e então não consigo nem ter ideias. |
50,0% |
37,5% |
12,5% |
0,0% |
0,0% |
...em minha infância tivesse tido pais e ambiente familiar que estimulassem mais a discutir, ler e estudar sobre arte e ciência. |
37,5% |
0,0% |
50,0% |
12,5% |
0,0% |
|
...tivesse oportunidades para explorar o meu potencial criativo, pois sempre gostei de criar e inovar, mas, fui pouco estimulado na escola. |
25,0% |
12,5% |
50,0% |
12,5% |
0,0% |
|
...tivesse uma melhor comunicação com meus semelhantes podendo assim debater pontos de vista interessantes. |
50,0% |
25,0% |
12,5% |
0,0% |
12,5% |
Quadro 1 - Percepção dos gestores quanto ao subsistema social
No Quadro 2, em relação ao subsistema ambiente externo, a maioria dos pontos observados na escala de relevância ficaram entre os quadrantes 3 e 5. Logo, constata-se que os gestores reconhecem a importância deste subsistema no processo de criação sob a perspectiva da inovação.
Os dados mostram que os gestores acreditam que seriam mais criativos se estivessem inseridos em um contexto produtivo regional que valorizasse mais a inovação, bem como, também acreditam que teriam melhores resultados se fosse possível ter mais contato com a natureza e a diversidade, a fim de potencializar a criatividade.
Outro ponto relevante sob a ótica dos gestores é que, se a legislação e as questões trabalhistas fossem mais flexíveis no que tange à realização de experimentos, favoreceria a potencialização da criatividade aplicada à inovação.
A questão de menor importância apontada neste subsistema, conforme a opinião dos gestores, foi a influência das diferenças culturais entre empresa, comunidade e família.
Subsistema |
Questões: Eu seria mais criativo se... |
Relevância: 1 para menos importante e 5 para mais importante |
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1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
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Ambiente externo |
...as diferenças culturais entre a empresa e a comunidade e família não fossem tão grandes. |
37,5% |
25,0% |
25,0% |
12,5% |
0,0% |
...estivesse inserido em um contexto produtivo regional que valorizasse a inovação. |
0,0% |
37,5% |
25,0% |
25,0% |
12,5% |
|
...vivesse em harmonia com a natureza e a diversidade para ter novas ideias. |
12,5% |
12,5% |
37,5% |
12,5% |
25,0% |
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...a legislação e as obrigações trabalhistas me permitissem fazer experimentos e por em prática as ideias que tenho. |
12,5% |
0,0% |
25,0% |
37,5% |
25,0% |
Quadro 2 - Percepção dos gestores quanto ao subsistema ambiente externo
Conforme o Quadro 3, com relação ao subsistema organizacional, a maior parte dos pontos contidos na escala de relevância encontram-se entre os quadrantes 3 e 5, o que torna evidente que a maioria dos gestores reconhecem a influência de quase todas as questões avaliadas nesta linha da pesquisa.
Os gestores sinalizaram que seriam mais criativos se em suas empresas existisse um ambiente favorável à inovação, se não houvesse excesso de regras e normas internas e, por fim, se tivessem mais tempo disponível para se dedicar ao estudo e discussão das tarefas por eles executadas, a fim de buscar novas formas de inovar.
Por outro lado, os gestores não consideraram importante o questionamento a respeito de o mercado oferecer maiores opções de equipamentos e instrumentos para a realização do seu trabalho, assim como, oferecer maior acesso às informações e cobrar mais ousadia. Em suma, os gestores se mostraram indiferentes a esta questão.
Subsistema |
Questões: Eu seria mais criativo se... |
Relevância: 1 para menos importante e 5 para mais importante |
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1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
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Organizacional |
...me libertasse de quase todas as regras e normas da empresa. |
25,0% |
12,5% |
12,5% |
12,5% |
37,5% |
...tivesse um ambiente favorável à inovação e a sustentabilidade na empresa. |
0,0% |
12,5% |
37,5% |
25,0% |
25,0% |
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...o mercado em que estou inserido cobrasse mais ousadia e iniciativa de minha parte, e se o setor disponibilizasse mais acesso a informações pertinentes ao meu trabalho. |
37,5% |
25,0% |
12,5% |
12,5% |
12,5% |
|
...tivesse mais tempo para me dedicar ao estudo e discussão da tarefa que faço, para buscar novas formas para inovar e empreender em meu trabalho. |
0,0% |
25,0% |
37,5% |
25,0% |
12,5% |
Quadro 3 - Percepção dos gestores quanto ao subsistema organizacional
A análise do Quadro 4 evidencia que a maior pontuação deteve-se entre os quadrantes 3 e 5 da escala de relevância. Logo, isso demonstra que a grande maioria dos gestores percebe como muito importante o subsistema técnico.
Os gestores reconhecem que seriam mais criativos se o mercado disponibilizasse maiores subsídios e informações sobre novas tecnologias, equipamentos e instrumentos, e se oferecesse mais acesso a cursos e treinamentos relativos à ocupação do próprio gestor.
Quando entrevistados os gestores também ponderaram que seriam mais criativos se não houvesse tanto desgaste devido à necessidade constante de manutenção de equipamentos e desgaste internos com as equipes. Dentre os subsistemas contemplados pela pesquisa, o técnico é o que representa maior relevância sob a ótica dos gestores.
Subsistema |
Questões: Eu seria mais criativo se... |
Relevância: 1 para menos importante e 5 para mais importante |
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1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
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Técnico |
...o mercado facilitasse o acesso a novos equipamentos e instrumentos para realização do meu trabalho. |
0,0% |
0,0% |
50,0% |
25,0% |
25,0% |
...o mercado oferecesse maiores subsídios e informações sobre aquisição de novas tecnologias e equipamentos para o trabalho que executo. |
12,5% |
37,5% |
12,5% |
12,5% |
25,0% |
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...o mercado oferecesse mais acesso a cursos e treinamentos relativos à minha ocupação. |
12,5% |
25,0% |
0,0% |
25,0% |
37,5% |
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...não andasse tão cansado e estressado por estar constantemente solicitando, aos setores responsáveis, a realização de manutenção nos equipamentos para o trabalho. |
12,5% |
12,5% |
37,5% |
37,5% |
0,0% |
Quadro 4 - Percepção dos gestores quanto ao subsistema técnico
Nesta seção é proposta uma síntese que contempla exclusivamente os fatores que bloqueiam a criatividade aplicada à inovação na percepção dos gestores de empresas moveleiras da Região do Paranhana. Esta síntese é composta pelas questões que obtiveram a pontuação mais expressiva na escala - entre os quadrantes 3 e 5. Assim, foram determinados os fatores que possuem maior grau de relevância, ver Figura 3.
Figura 3 - Principais fatores de bloqueio da criatividade aplicada à inovação divididos por subsistema
Em se tratando do subsistema social, verifica-se que os gestores justificam as suas maiores dificuldades e limitações, quanto à capacidade criativa e de inovação, em função do período da infância. Pois afirmam que dentro do ambiente familiar, no referido período, não houve incentivo ao estudo das artes e ciências como forma de desenvolver e estimular o potencial criativo. Da mesma forma, dentro do ambiente escolar não existia atividades orientadas com foco na criação e inovação. Em suma, percebe-se que a maioria dos gestores não teve embasamento educacional, seja no ambiente familiar ou escolar, com objetivo de estimular as habilidades criativas.
Dentro do subsistema organizacional, a maioria dos gestores reconheceu o excesso de regras e normas de suas próprias empresas como um fator de bloqueio à criatividade. Ou seja, a estrutura organizacional burocrática limita, parcial ou integralmente, as iniciativas com foco na inovação.
Outro ponto enfatizado pelos gestores é a ausência de um ambiente favorável à inovação, ou seja, as empresas não dispõem de uma estrutura mínima destinada para fins de criação e inovação, de modo que é possível concluir que a inovação não possui caráter prioritário.
As otimizações em produtos e processos existem, porém são iniciativas secundárias, que não estão alinhadas com os principais processos das organizações. O último ponto que ganhou destaque pela relevância, dentro do subsistema organizacional, é a falta de tempo para pensar em inovação. Os gestores não conseguem pensar e avaliar as atividades que executam. Em outras palavras, eles não analisam o seu próprio trabalho com o objetivo de rever técnicas e métodos utilizados a fim de propor melhorias no seu dia-a-dia profissional.
Referente ao subsistema ambiente externo, os gestores demonstraram que sentem a necessidade de maior contato com a natureza e a diversidade a fim de aumentar seu potencial criativo. Logo, percebe-se que o dinamismo empregado no ritmo de trabalho atual faz com que os gestores não consigam espaço em suas agendas para momentos de reflexão em ambientes externos à empresa e junto à natureza.
Ainda no subsistema ambiente externo, os gestores destacaram a dificuldade em inovar frente à rigidez da legislação em geral e das leis trabalhistas, ou seja, o sistema governamental imposto não é favorável à inovação, pois ele impacta em fatores financeiros, burocráticos e na própria morosidade dos processos.
Por fim, a pesquisa identificou que o subsistema técnico, sob o ponto de vista dos gestores, é o que obteve pontuações mais acentuadas, o que demonstra a identificação dos gestores com os fatores de bloqueio da criatividade aplicada à inovação, propostos nas questões. Conforme os gestores, existe muita dificuldade de acesso a novos equipamentos e instrumentos, os quais poderiam auxiliar na melhoria do desempenho criativo com foco na inovação.
Este fator pode estar relacionado com questões burocráticas que antecedem a aquisição mediante parceria com órgãos governamentais ou, até mesmo, com o desconhecimento dos canais e mecanismos de fomento existentes e disponíveis aos empresários. Os gestores também apontaram a dificuldade de acesso a cursos e treinamentos específicos como um fator de bloqueio à criatividade.
O último ponto abordado no subsistema técnico refere-se ao estresse e cansaço dos gestores frente as limitações técnicas internas da empresa, ou seja, o suporte técnico interno é ineficiente na maioria da empresas avaliadas, motivo que gera desgaste, e que, por sua vez, implica diretamente na limitação do potencial criativo aplicado à inovação.
Este artigo apresentou os resultados de uma pesquisa que teve por finalidade identificar os fatores que bloqueiam a criatividade aplicada à inovação sob a ótica de gestores do setor moveleiro da Região do Paranhana, localizada na região sul do país. A pesquisa foi aplicada de modo a avaliar exclusivamente o ponto de vista estratégico destas organizações, ou seja, os próprios empresários.
A análise revelou que os principais fatores que bloqueiam a criatividade aplicada à inovação em cada um dos subsistemas da Teoria Macroergonômica são: subsistema social - (i) ambiente familiar, na infância, sem estímulo à arte e à ciência, (ii) ambiente escolar, na infância, sem estímulo à criação e à inovação; subsistema organizacional - (iii) excesso de normas e regras da empresa, (iv) ausência de ambiente favorável à inovação na organização, (v) falta de tempo para repensar as atividades diárias de modo a criar e inovar; subsistema ambiente externo - (vi) falta de contato com a natureza e diversidade a fim de obter novas ideias, (vii) dificuldade para inovar e empreender devido à rigidez da legislação; subsistema técnico - (viii) dificuldade de acesso a novos equipamentos, (ix) dificuldade de acesso a cursos e treinamentos, (x) estresse e cansaço devido as limitações internas da organização.
Portanto, conclui-se que, em se tratando de criatividade aplicada à inovação, existe: despreparo na base educacional e cultural dos gestores; empresas com excesso de normas - burocráticas, desprovidas de um ambiente favorável à inovação e com as rotinas de trabalho desorganizadas, de modo que há falta de tempo para pensar sobre o próprio negócio; dificuldade de acesso a novos equipamentos, cursos e treinamentos, assim como desgaste devido ao despreparo técnico interno.
Na medida em que a maioria dos fatores limitantes identificados podem ser atenuados ou, até mesmo, revertidos mediante ações e iniciativas dos próprios empresários, os quais são os agentes de mudança com maior poder dentro de suas organizações, lança-se um questionamento: será que os empresários estão desmotivados em relação às suas próprias empresas ou a inovação, para eles, não está relacionada com a perenidade dos seus respectivos negócios?
Indiferentemente das razões para estes fatores limitantes, percebe-se que a Região do Paranhana é desassistida de uma ou mais instituições que estejam imbuídas de um propósito comum e que auxiliem o setor moveleiro em âmbito local, de modo a promover a integração sistemática e estruturada entre estas indústrias, com foco no desenvolvimento regional.
A pesquisa sugere novos trabalhos para a obtenção de respostas e melhor compreensão do questionamento proposto no parágrafo anterior, assim como, para a constatação dos reais benefícios advindos de instituições que fomentem o setor moveleiro local.
ABIMÓVEL – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDUSTRIAS DO MOBILIÁRIO. Histórico: Abimóvel. Disponível em: <http://www.abimovel.com> acesso em: 09 de novembro 2013.
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1 MBA em Gestão Empresarial, FACCAT, Brasil rbspetry@gmail.com
2 Coordenador do Curso de Engenharia de Produção, FACCAT, Brasil. carlosfernandojung@gmail.com
3 Professor do Curso de Engenharia de Produção, FACCAT, Brasil. profdajp@gmail.com