1. Introdução
Analisando a história do pensamento econômico, pode-se verificar que, por muito tempo, o trabalho e o capital foram apontados como os principais fatores de produção. Contudo, na atualidade, tais fatores passam a se interrelacionar com a inovação e capital intelectual, em função da competitividade acirrada que marca o sistema econômico vigente. Nesse cenário, em termos econômicos e empresariais, a inovação se torna um diferencial competitivo.
Mas, o que é inovação? Convém recorrer a origem latina da palavra inovação, que corresponde a innovatìo, significando renovação. Modernamente, os sentidos são: a) ação ou efeito de inovar; b) aquilo que é novo, coisa nova, novidade. Registrado pela primeira vez na língua portuguesa no século XIV (HOUAISS, 2001, p. 1622).
Por sua vez, Schumpeter (1985), em sua teoria do desenvolvimento econômico, baseia-se na premissa de que sistema econômico de oferta e procura encontra-se em situação de equilíbrio e que o empreendedor tende a romper esse equilíbrio através da inovação. Esta visão (fixa-se na atribuição à inovação do) papel de motor da economia. (atribui a inovação o)
A partir deste autor, vários estudos passam a ser empreendidos por pesquisadores pertencentes aos mais variados ramos do saber, havendo uma concentração de esforços de pesquisa na economia e administração em virtude de suas implicações mercadológicas. Desta forma, ocorre a criação e constante amadurecimento de um arcabouço teórico acerca do fenômeno inovação. Tal amadurecimento ocasionou o estabelecimento de diferentes graus de inovação, incremental? ou radical, na realização de projetos e empreendimentos.
Diante disso, a presente pesquisa visa a investigar os diferentes graus de inovação existentes no âmbito organizacional de uma empresa de extração mineral atuante no Quadrilátero Ferrífero-MG. A opção por uma empresa de extração mineral deve-se às suas características organizacionais, pois consiste em uma multinacional de grande porte que necessita investir no setor de pesquisa e desenvolvimento, devido à especificidade de seu produto final, desenvolvendo para isso ações de incentivo a inovação. Além disso, a exploração de minérios ocorre em um mercado relativamente estável, sendo pertinente investigar, portanto, em que grau a inovação se processa nesse cenário.
O escopo deste estudo é descritivo e qualitativo. Em termos de procedimentos metodológicos, coleta-se dados a partir de relatos elaborados por gestores de área da empresa em questão, sendo a análise de tais dados efetuada segundo o método fenomenológico de pesquisa.
A escolha dos sujeitos de pesquisa consiste em um processo não-probalístico intencional. De acordo com Minayo (1998, p.43) a pesquisa qualitativa não pode se basear no critério numérico, para poder garantir representatividade. A amostragem boa é aquela que possibilita abranger a totalidade do problema investigado em suas múltiplas dimensões.
Estrutura-se o trabalho em três eixos centrais de discussão. Em um primeiro momento ocorre a revisão de literatura para fundamentação do trabalho sobre graus de inovação. Na sequência, apresenta-se a metodologia empregada para realização da pesquisa, conferindo especial atenção ao método fenomenológico de investigação e, por fim, têm-se a apresentação e a análise dos dados coletados.
Portanto, não é pretensão generalizar e tecer afirmações acabadas e definitivas acerca das conclusões desta investigação. Visa-se, desta maneira, apresentar uma descrição seguida de análise dos graus de inovação presentes no contexto organizacional do lócus de pesquisa.
2. Inovação
Nos dias atuais, o discurso sobre inovação está sempre presente, seja ele no processo, nos negócios, na gestão, no produto, na tecnologia, na organização ou na cultura. Surge no mercado uma variedade de inovações que trazem novidades, tornando obsoletas muitas coisas já existentes, também estimulando estas novidades a se tornarem uma necessidade para o mercado em geral, visto que é determinante no grau de competitividade das empresas.
A inovação rompe com a rotina econômica e, consequentemente, com o equilíbrio existente, gerando assim um círculo que nunca para, pois uma próxima inovação rompe com a estabilidade causada pela anterior e, assim por diante (SCHUMPETER, 1985).
Todavia, vale ressaltar que apesar da consciência por parte de muitos profissionais quanto à importância da inovação nem todos a utilizam, e poucos possuem um processo de inovação bem estruturado, o que em algumas ocasiões implica no fracasso do processo. Traçar estratégias exige essa interação do todo, por isso, é preciso que as empresas se conheçam e entendam o contexto no qual estão inseridas.
Inovar pode ser definido, em um primeiro momento, como ter uma ideia que seus concorrentes não tiveram e aplicá-la com sucesso. Esse procedimento faz parte do sistema capitalista, tendo o seu foco na criação de valor e no desempenho econômico.
Porém, não significa que a tradição deva ser abandonada, devendo buscar-se o equilíbrio entre o novo e o tradicional, visando melhorar sem perder a cultura da organização. Muitas empresas buscam, por exemplo, elevar o padrão de seus produtos, agregando valor e diferencial ao mesmo, fundamentando atributos de competição, tal como a marca, a qualidade, o design, dentre outros.
Contudo, em uma perspectiva mais aprofundada, percebe-se que inovação envolve viabilidade e desenvolvimento do projeto original.
A inovação é mais do que simplesmente conceber uma nova idéia; é o processo de desenvolver seu uso prático. As definições sobre inovação podem variar em terminologia, mas todas enfatizam a necessidade de completar os aspectos do desenvolvimento e da exploração de novo conhecimento, e não apenas sua invenção (TIDD et al., 2008, p.85).
A diferenciação entre invenção e inovação faz-se importante quando o estudo aborda a mudança que gera resultado para uma organização. A invenção é somente o primeiro passo de um longo processo para disseminar e efetivamente usar uma boa ideia. Não há garantia de sucesso comercial. A invenção, se não for levada à prática, é irrelevante do ponto de vista econômico (SCHUMPETER, 1985).
Sobre o mesmo ponto de vista, Barbieri (2003, p.44) afirma que nem toda invenção se transforma em inovação, pois esta só se efetiva se for implementada e aceita pelo mercado. A invenção é um fato exclusivamente técnico, já a inovação é um fato técnico, econômico e organizacional, simultaneamente.
Para a economia, a inovação é necessária, porque é ela que move o sistema capitalista, pois cria um forte impacto no desempenho econômico das empresas em geral, potencializando as vantagens competitivas.
A inovação como fonte de crescimento, define a capacidade de inovar como um dos fatores mais importantes que modificam o desempenho do negócio, fazendo com que a organização cresça e conquiste espaço no mercado competitivo. É necessária uma estratégia e uma estrutura de rotinas que permitam que as inovações sejam geridas, de modo a formar as capacidades tecnológicas em algo efetivo.
O impulso fundamental que coloca e mantém o motor capitalista em movimento não advém de fenômenos naturais ou sociais, como guerras e revoluções, mas sim dos novos bens de consumo, novos métodos de produção e transportes, novos mercados e novas formas de organização industrial que a empresa capitalista cria e destrói (TIGRE, 2006, p.44)
Assim, a inovação está associada à mudança (DRUCKER, 2000). E a economia em constante evolução impõe às empresas que elas sejam inovadoras e empreendedoras, induzindo à mudança e, consequentemente, à inovação. Este autor atenta ainda para a necessidade de a mesma ser processada de forma sistemática. A sistematização da inovação é um instrumento usado na busca deliberada e organizada de mudanças e para a análise sistemática das oportunidades que tais mudanças podem oferecer para a inovação econômica.
Para que aconteça o processo de inovação, é preciso que as partes que integram tal processo estejam conscientes e abertas para as mudanças que a inovação proporciona. Uma empresa, independente de estar ou não inovando, deve manter a cultura da necessidade de mudança e melhoramento contínuo, tomando-se como base a constatação de que as mudanças geram certo desconforto e resistência por parte das pessoas. Como a inovação engloba um processo de mudança, com a resistência já quebrada ou trabalhada, o processo pode se tornar mais rápido e eficaz.
Segundo o Manual de Oslo (OCDE, 2005), a inovação pode ocorrer em diversos setores da economia, inclusive em atividades científicas, tecnológicas, comercias, financeiras e organizacionais, que têm o objetivo de incluir novidades no mercado ou para o mercado. Algumas dessas atividades são inovadoras em si, mas outras são necessárias para implementação de outras ideias. A inovação, de acordo com esse manual, pode ser dividida em quatro casos, sendo eles: inovação de produto, inovação de processo, inovação de marketing e inovação organizacional.
Já para Schumpeter (1985), a inovação pode ocorrer em cinco casos:
- introdução de um novo bem, ou seja, um bem com que os consumidores ainda não estiverem familiarizados, ou de uma nova qualidade de um bem;
- introdução de um novo método de produção, ou seja, um método que ainda não tenha sido testado pelas experiências no ramo próprio da indústria de transformação, que de modo algum precisa ser baseado numa descoberta cientificamente nova, e pode consistir também, em nova maneira de manejar comercialmente uma mercadoria;
- abertura de um novo mercado, ou seja, de um mercado que o ramo particular da indústria de transformação do país em questão não tenha ainda entrado, quer esse mercado tenha existido antes ou não;
- conquista de uma nova fonte de oferta de matérias-primas ou de bens semimanufaturados, mais uma vez independentemente do fato de que essa fonte já exista ou teve de ser criada;
- estabelecimento de uma nova organização de qualquer indústria, como a criação de uma nova posição de monopólio ou a fragmentação de uma posição de monopólio.
Faz-se necessário, ainda, esclarecer que existem graus diferentes de inovação. Para Schumpeter (1985), as inovações podem apresentar caráter radical ou incremental. As inovações radicais são aquelas oriundas do processo de destruição criativa, o qual resulta na emergência de algo completamente novo. As mudanças incrementais são aquelas ligadas ao processo de melhoria contínua que visam consolidar as mudanças radicais e reforçar a posição competitiva das organizações.
Logo, entende-se por inovação radical a introdução de um novo produto, processo ou formas organizacionais da produção, que pode causar uma ruptura estrutural com o padrão tecnológico vigente até então, originado novas indústrias, setores e mercados. Essas invenções implantadas, ao se disseminarem, provocam alguns problemas ao introduzirem um novo produto ou processo, e faz-se necessária a geração de outras inovações para solucionar tais problemas, ou seja, tornam necessária a geração de inovações complementares e contínuas, criação de infra-estrutura adequada, quebra de resistência dos empresários e consumidores, mudanças na legislação e aprendizado na produção e uso de novas tecnologias, que são exemplos de inovações incrementais (TIGRE, 2006).
Sobre o desenvolvimento da inovação, Drucker (2005) atenta para a necessidade de a mesma ser processada de forma sistemática. A sistematização da inovação é um instrumento empregado na busca deliberada e organizada de mudanças e para a análise sistemática das oportunidades que essas mudanças podem oferecer para a inovação econômica.
A inovação sistemática implica no monitoramento de sete fontes que, segundo Drucker (2005), podem levar a uma oportunidade inovadora:
- O inesperado: o sucesso, fracasso e o evento externo inesperado.
- A incongruência.
- A inovação baseada na necessidade do processo.
- Mudanças na estrutura do setor industrial ou na estrutura do mercado.
- Mudanças demográficas.
- Mudanças em percepção, disposição e significado.
- Conhecimento novo, tanto científico como não científico.
Dentre essas fontes destaca-se o conhecimento. Devido às características marcantes da sociedade contemporânea, no tocante a tecnologia e comunicação, o conhecimento se torna o insumo da inovação.
Baseado nessa premissa, Nonaka e Takeuchi (1997) elaboraram um esquema ilustrativo do processo de inovação no âmbito organizacional, enfatizando seu início na criação de conhecimento e fim na vantagem competitiva.
Dessa forma, para estes estudiosos a inovação consiste na ação de recriar o ambiente de acordo com uma perspectiva específica ou ideal, já que o processo de criação de conhecimento é o fomento para a inovação, envolvendo tanto ideais quanto ideias. A figura 1 apresenta o modelo explicitado anteriormente.
Figura 1 Inovação e criação de conhecimento
Fonte: Nonaka e Takeuchi (1997, p. 05)
Atualmente, existem outras tipologias de inovação, mas a maior parte derivada de Schumpeter (1985). Shape the Agenda (2005), por exemplo, apresenta um estudo que aponta a existência de três zonas de inovação: conceitual, relativa e básica, sendo que a primeira se relaciona à inovação radical e as duas seguintes à incremental. A figura 2 apresenta essa tipologia.
Figura 2 Zonas de Inovação
Fonte: Shape the Agenda (2005, p. 52-57)
Portanto, pode-se observar que o estudo da inovação aponta para seu caráter multifacetado, relacionando-se com vários aspectos (ambiente, oportunidade, conhecimento, inesperado, suporte, significado, mercado, finanças, pessoas, relações sociais) de forma distinta, mas sempre apresentando status social benéfico. A inovação é sempre almejada, pois se configura em uma espécie de demanda, ainda que esta pretensão pressuponha análise de projetos e resultados.
A inovação significa a ruptura com os condicionantes ambientais, que podem inibir o desenvolvimento das ações. É a inovação que fará tal ação ter ou não sucesso, devido ao seu caráter dinâmico e desafiante.
3. Metodologia
3.1 Sobre o Método
Em “A idéia da fenomenologia”, Husserl define-a como uma ciência, uma conexão de disciplinas científicas, mas, ao mesmo tempo e acima de tudo, a “fenomenologia” designa um método e uma atitude intelectual: a atitude especificamente filosófica, um método especificamente filosófico (HUSSERL, 1990). A fenomenologia foi desenvolvida com o objetivo de permitir que a filosofia fosse transformada em uma “ciência do rigor”, que analisa o conteúdo da consciência, que se manifesta intencionalmente à mesma. Seria uma nova forma de filosofar.
Para Rezende (1990), a fenomenologia não é um discurso da evidência, mas das verdades em todas as suas manifestações. Sanders (1982) complementa arguindo que a fenomenologia procura tornar explícita a estrutura e o significado implícito da experiência humana.
Masini (1989), por sua vez, apresenta a fenomenologia como tendo, enquanto objeto de estudo, o próprio fenômeno, ou seja, as coisas mesmas e não o que se diz delas. O enfoque fenomenológico furta-se à validação do já conceituado sem prévia reflexão e volta-se para o não pensado, através de uma reflexão exaustiva sobre o objeto de seu estudo, denunciando os pressupostos subjacentes.
O ponto de partida de toda investigação fenomenológica são as experiências do ser humano consciente, que vive e age em um mundo que ele percebe e interpreta e que faz sentido para ele. Para lidar com esse mundo, ele utiliza um modo de intencionalidade espontâneo, em termos intelectuais, mas ainda assim ativo: não há fase ou aspecto da consciência humana que surja de si e por si próprio (SCHÜTZ, 1979). A consciência é sempre consciência de algo.
Assim, na fenomenologia a intencionalidade da consciência do pesquisador é tida como fato primário e irredutível e apresentada como uma direção do fluxo da consciência, refletida em uma vivência intencional que se concretiza pelos atos voltados ao seu objeto de investigação.
Segundo Capalbo (1996):
[...] a consciência se define essencialmente em termos de intenção voltada para um objeto. Perceber não é receber sensações na psique. Não nos é possível separar o fenômeno e a coisa em si. O fenômeno é conhecido diretamente, sem intermediários, ele é objeto de uma intuição originalmente doadora (CAPALBO, 1996, p.19).
Logo, a fenomenologia descreve e analisa o significado e a relevância da experiência humana, sendo uma tentativa elucubrativa para resgatar o contato original com o objeto, que se perdeu em especulações metafísicas abstratas ou reduções matemáticas. Sempre há uma volta às origens (BOAVA, 2006).
Por fim, visando uma maior compreensão dessa vertente filosófica, apresenta-se uma síntese dos principais fundamentos da fenomenologia proposta por Edmund Husserl, de acordo com Banda (2004):
- Trata-se de um método derivado de uma postura, que se presume livre de pressupostos, que tem como objetivo proporcionar o conhecimento filosófico e as bases sólidas de uma ciência do rigor.
- Analisa os fenômenos inerentes à consciência e não especula sobre visões pré-concebidas, isto é, fundamenta-se na essência dos fenômenos e na subjetividade transcendental, considerando que as essências somente existem na consciência.
- É um método descritivo, conduzindo a resultados específicos que não permitem generalizações.
A fenomenologia, conhecimento fundamentado nas essências, é um saber absolutamente necessário que se contrapõe ao conhecimento baseado na observação dirigida dos dados. Para lograr êxito em sua pretensão de transformar a filosofia em uma “ciência do rigor”, Husserl criou o método fenomenológico, que serviria para o desenvolvimento da ciência das essências.
O método fenomenológico não pretende ser empírico ou dedutivo, mas descritivo. Sua finalidade é a descrição do fenômeno, tal como ele se apresenta, sem reduzi-lo a algo que não aparece.
Epistemologicamente, opõe-se à visão de sujeito e objeto isolados, passando a considerá-los como correlacionados, já que a consciência é sempre intencional. Há, portanto, uma relação sujeito-sujeito.
O método centra-se no homem, especificamente na análise do significado e relevância da experiência humana. O ponto inicial da investigação fenomenológica é a compreensão do viver. Giorgi (1985), no prefácio de sua obra “Phenomenology and Psychological Research” de 1985, demonstra que o método é utilizado para pesquisas de fenômenos humanos, tais como vividos e experienciados. Afinal, o homem é um “doador de sentidos” ao mundo, que é capaz de intuir, que tem intencionalidades, que orienta significações. Dando significações aos objetos o homem une-se a esses?.
3.2 – Procedimentos Metodológicos
3.2.1 Delineamento
Esse trabalho é estruturado a partir de uma abordagem qualitativa de delineamento na linha da fenomenologia, uma vez que o interesse de pesquisa encontra-se no processo e na forma como o fenômeno se manifesta.
Ludke e André (1986) enumeram as características básicas da pesquisa qualitativa, a saber:
- A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento;
- Os dados coletados são predominantemente descritivos;
- A preocupação com o processo é muito maior que com o produto;
- O significado que as pessoas conferem às coisas e a sua vida são focos de atenção especial do pesquisador;
- A análise dos dados tende a seguir um processo indutivo. Os pesquisadores não se preocupam em buscar evidências que comprovem hipóteses definidas antes do início dos estudos.
O tratamento qualitativo dos dados consiste em um conjunto de diferentes técnicas interpretativas que visam a descrever e decodificar os componentes de um sistema complexo de significados.
Vale ressaltar que a pesquisa ainda constitui-se em um estudo se caso. Segundo Triviños (1987) no estudo de caso, os resultados são válidos só para o caso que se estuda. Não se pode generalizar o resultado atingido no estudo de um hospital, por exemplo, a outros hospitais. Mas nesse ponto se encontra o grande valor do estudo de caso: fornecer um conhecimento aprofundado de uma realidade delimitada.
Portanto, é evidente que a pretensão deste estudo não é propor a generalização de seus resultados, mas sim uma análise mais detalhada da realidade em estudo.
3.2.2 Processo de Coleta de Dados
Os pesquisadores fazem a opção por uma empresa multinacional de extração mineral atuante na região do Quadrilátero Ferrífero, MG. A escolha de tal organização para lócus de pesquisa se deve às suas características organizacionais, pois sendo uma multinacional de grande porte e apresentando um forte setor de pesquisa e desenvolvimento, devido à especificidade de seu produto final, certamente desenvolve ações ligadas a inovação.
Dentro desse universo organizacional, seleciona-se cinco gestores de área da empresa. Estes estão diretamente ligados à visão organizacional que direciona a inovação. Na pesquisa fenomenológica, a escolha dos sujeitos deve tender ao equilíbrio entre singular e universal, pois o objetivo é a descoberta de conhecimentos e não a verificação de hipóteses.
A coleta de dados consiste na elaboração de uma proposição aos relatores da pesquisa, nos seguintes termos:
- Para você, o que é inovação?
- Descreva como se processa em sua empresa a inovação.
Essas proposições são amplas, pretendendo apreender os aspectos que o relator considera “mais significativos” em sua experiência, compreendido que trata-se de uma análise própria de cada sujeito. É esclarecido aos depoentes que os relatos serão utilizados em uma pesquisa. Assegura-se ao sujeito colaborador o anonimato e confidencialidade em relação à divulgação de sua colaboração.
3.2.3 Processo de Interpretação dos Dados
Para interpretação dos dados coletados emprega-se, como já explicitado, o método fenomenológico de Giorgi (1985, p. 10-19), modificado. A configuração é a seguinte:
- Sentido do todo: leitura do texto inteiro e a habilidade de entender a linguagem do sujeito.
- Discriminação das unidades de sentido: considerando que é impossível analisar um texto inteiro ao mesmo tempo, é necessário separá-lo em unidades manejáveis. As unidades são analisadas de acordo com o interesse da pesquisa (caráter empreendedor, de inovação etc.).
- Transformação das expressões de linguagem do sujeito para linguagem com ênfase no fenômeno que está sendo investigado: a intenção do método aqui é de chegar a uma categoria geral partindo das expressões concretas. Giorgi (1985), afirma que é fundamental precisar a linguagem, padronizar, para iluminá-lo pela perspectiva fenomenológica.
- Resultado das unidades de sentido transformadas em colocações: o objetivo é sintetizar, integrar e descrever as descobertas das unidades mais significativas.
- Interpretação fenomenológica existencial: ocorre em três momentos: a) na fase de observação empírica da realidade da empresa; b) durante a leitura dos relatos; c) na elaboração das análises e síntese.
A figura 3 traz a representação do percurso metodológico empregado.
Figura 3 Percurso Metodológico
Fonte: dos autores,a partir de Giorgi (1985)
Ao abordar um objeto, o observador procura apreendê-lo, fazendo com que esse chegue a sua consciência. Denomina-se fenômeno aquilo que de fato é apresentado à consciência humana. Afinal, “toda consciência é consciência de algo”. Sendo assim, o subjetivismo poderia se tornar um empecilho no que diz respeito a confiabilidade dos estudos baseados no método fenomenológico.
No entanto, para resolver esta questão, o método recomenda o emprego da redução, que é a busca do fenômeno livre de traços pessoais e culturais, que levará a obtenção da essência.
Bochenski (1971, p. 51-58) afirma que a redução eidética deve ser efetuada da seguinte maneira, por parte do pesquisador:
- Eliminação no grau possível do subjetivo: assumir atitude objetiva frente ao dado. A volta às coisas mesmas exige não só a exclusão das atitudes subjetivas, mas também os de toda objetividade. Deve-se ver somente o que é dado, o fenômeno, e nada mais.
- Exclusão do teórico: eliminação momentânea de todas as descobertas, hipóteses, teorias, ou outro conhecimento prévio. No curso da investigação fenomenológica não se pode fazer qualquer uso de métodos indiretos de conhecimento.
- Suspensão da tradição: exclusão das tradições das ciências e das autoridades humanas. Somente as próprias coisas, como fenômenos que surgem diante do olhos do pesquisador, devem ser observadas e nada mais.
- Ver todo o dado, e não somente alguns aspectos do objeto: Isto em si é uma clara e simples regra. Foi formulada de modo claro e aplicada conscientemente, pois o homem tem uma forte tendência para ver apenas determinados aspectos do objeto, em vez dos dados. Assim, a primeira tarefa da investigação fenomenológica é revelar os fenômenos negligenciados.
- Descrever o objeto, analisando suas partes: Isto significa que o fenômeno deve ser descrito e analisado, uma vez que cada fenômeno é infinitamente complexo. A visão geral é mais adequada para entender as relações mútuas entre os fenômenos.
Portanto, a interpretação dos resultados acontece na prática da redução durante a leitura dos relatos e na elaboração das análises e síntese.
4. Apresentação e Análise dos Resultados
4.1 Unidades de Sentido
A partir da leitura dos relatos de experiência, identificam-se seis unidades de significado, apresentadas a seguir:
- Originalidade
- Tecnologia
- Criatividade e Conhecimento
- Melhoria contínua no processo
- Agregação de valor aos clientes
- Expansão de Mercado
As unidades de sentido somente existem em função de quem as analisa, em dependência da perspectiva que o pesquisador adote. Segundo Ricoeur (1979, p.15), a interpretação é entendida como sendo um trabalho do pensamento que consiste em decifrar o sentido oculto no sentido aparente, em desdobrar os níveis de significação implicados na significação literal. Já o símbolo é toda estrutura de significação em que um sentido direto, primário e literal, designa, por acréscimo, outro sentido indireto, secundário e figurado, que só pode ser apreendido pelo primeiro.
Dando continuidade, destacam-se fragmentos dos depoimentos relacionados com as unidades de sentido com significado para os investigadores.
Unidade de Sentido I – Originalidade
Frases |
Dep. |
O lançamento de novo produto; |
G01 |
Tudo que é novo [...] |
G02 |
Inovação é a busca ou o desenvolvimento de novos conhecimentos que possibilitem a criação de soluções originais. |
G03 |
A inovação prevê liberdade para pensar, vivenciar e incentivar o novo. |
G04 |
_____
Unidade de Sentido II – Tecnologia
Frases |
Dep. |
Mudanças na tecnologia ou desenvolvimentos que proporcionem benefícios significativos tanto no aspecto produtivo quanto no emprego do produto aos consumidores (são aspectos relacionados a custos, consumos de recursos naturais, aplicabilidade aos consumidores). |
G01 |
Investimentos em novos processos / equipamentos que otimizem nossos resultados e indicadores operacionais, de segurança e/ou meio ambiente; |
G02 |
As inovações que são aplicadas a um dado produto ou a um processo, geralmente, apresentam caráter tecnológico. |
G04 |
_____
Unidade de Sentido III – Criatividade e Conhecimento
Frases |
Dep. |
[...] incentiva seus colaboradores a usarem suas habilidades individuais e coletivas de solução de problemas [...] |
G01 |
O conhecimento deve ser compartilhado para direcionar melhor as equipes de produção [...] |
G04 |
_____
Unidade de Sentido IV – Melhoria contínua no processo
Frases |
Dep. |
[...] exigindo assim que continuamente sejam criadas novas maneiras de satisfazer as necessidades |
G01 |
[...]que venha a melhorar e/ou aperfeiçoar o que já existe de modo a satisfazer melhor as nossas necessidades do dia-a-dia. É a busca contínua de melhorias em nossas rotinas, fazer diferente, mudar hábitos e culturas e que torne nosso dia-a-dia mais agradável e satisfatório.
Otimização dos resultados e operações de modo a contribuir com redução de custos, melhor qualidade e melhorias ao meio ambiente. |
G02 |
[...] por meio da Área de Melhoria Contínua... |
G03 |
Baseado nestes conceitos a empresa, incentiva a inovação através de programas de melhoria continua, buscando a sustentabilidade. |
G04 |
_____
Unidade de Sentido V – Agregação de valor aos clientes
Frases |
Dep. |
A inovação na empresa é entendida além do sentido do vocábulo, como um processo onde possa agregar valor aos nossos clientes e acionistas [...]
[...] um desenvolvimento que otimize, ou custos, ou consumo ou tragam mais qualidade e bem estar aos consumidores. |
G01 |
Busca de melhorias para melhor atender aos clientes. |
G02 |
[...] para criar e atender às necessidades atuais dos clientes ou de fornecer soluções únicas para as necessidades não atendidas e, geralmente não percebidas. |
G03 |
Manter canais de comunicação sempre abertos às demandas dos clientes, para inovar em favor de suas necessidades [...] |
G04 |
_____
Unidade de Sentido VI – Expansão de Mercado
Frases |
Dep. |
Um novo mercado onde o seu produto possa ser aplicado em substituição ao existente. |
G01 |
Desenvolvimento de novos produtos de modo a expandir nosso mercado e conquistar novos fornecedores. |
G02 |
De forma sucinta, inovação é a exploração com sucesso de novas ideias. E sucesso, para as empresas, sempre vai significar aumento de faturamento, acesso a novos mercados, aumento das margens de lucro, entre outros benefícios. |
G03 |
4.2 Análise das Unidades de Sentido
Nos relatos apresentados, os depoentes expressam-se de uma forma bastante particular. Contudo, é importante relembrar que a fenomenologia considera inesgotáveis os sentidos de um determinado fenômeno na medida em que se altera a perspectiva da observação. Deste modo, portanto, dependendo do prisma que se estude o fenômeno, existirá uma interpretação. A fenomenologia fala da inesgotabilidade do sentido dos fenômenos.
Diante disto, os discursos mostram certa coerência entre os fatos narrados, ressaltando a especificidade do modo de se expressar de cada um. A análise efetuada revela que os gestores relacionam a inovação em seu ambiente organizacional com seis temas centrais: originalidade, tecnologia, criatividade e conhecimento, melhoria contínua no processo, agregação de valor aos clientes, expansão de mercado. E a partir dessas estruturas, discute-se a questão central dessa investigação, em que grau se processa a inovação na empresa de extração mineral em estudo?
A unidade originalidade revela que para os gestores a inovação deve conceitualmente se relacionar como criação e desenvolvimento de algo novo. Relaciona-se, então, com a questão da novidade, da elaboração de algo nunca antes feito, fazer diferente. Há que se considerar este fazer original a partir da perspectiva dos sujeitos de pesquisa, no qual o ato de inovar consiste em uma transformação de sua rotina organizacional.
Na ótica dos depoentes, a tecnologia torna a inovação possível. Em sua realidade organizacional, inovar pressupõe o uso de recursos tecnológicos. Assim, a tecnologia consiste em um meio para inovar, um quesito condicionante para que a ideia original se torne realidade.
Em uma mesma linha de análise, a unidade criatividade e conhecimento, apresenta significado como um insumo para a inovação, um conjunto de informações e dados que interpretados cognitivamente pelo sujeito, o permite planejar e executar a inovação, sendo o conhecimento para estes depoentes mais uma condição para o ato de inovar.
Já a unidade melhoria contínua no processo, atenta para a questão da permanência, visualizada como algo necessário a inovação, algo que lhe atribui sentido, contempla seu campo semântico. Isto é, não há inovação que constitua um fim em si mesmo, algo pronto e acabado, que não possa ser aperfeiçoado na medida em que é perfeito. Para estes gestores, a inovação é algo em processo, ininterrupto que sempre deve estar ocorrendo no ambiente organizacional. Isso permite dizer, no limite dessa análise, que a inovação não apresenta finitude ou término.
A unidade de sentido agregação de valor aos clientes se deve a percepção que a inovação gera melhoria em termos de qualidade no produto, repercutindo em maior disposição do cliente ao consumo, pois o preço está de acordo com a utilidade proporcionada pelo produto dotado de maior durabilidade, por exemplo.
Por fim, a unidade expansão de mercado consiste um ganho mercadológico apresentado pelos depoentes como um dos aspectos mais relevantes da inovação, posto que este é o caminho para a manutenção e sobrevivência da empresa em ambientes competitivos.
Logo, percebe-se que a inovação é significada como algo que sempre deve estar presente nos processos. Destaca-se que a inovação para estes sujeitos está mais ligada a processo de produção, desenvolvimento de produtos e busca por novos mercados, não sendo mencionada a prática de inovação na matéria-prima e estrutura organizacional. Isso revela o foco da inovação nesta empresa de extração mineral.
Outro aspecto que se pode inferir dos relatos relaciona-se com o fato de nenhum gestor mencionar eventuais problemas ou custos ligados à inovação. A questão da adaptação do trabalhador a inovação, por exemplo, não é discutida. Parece que a cultura organizacional é direcionada para a mudança, sendo a inovação sempre significada de forma positiva, uma prática capaz de garantir a organização competitividade. A inovação somente remete a benefícios para a organização.
A partir desse breve mapeamento das questões centrais que permeiam a prática da inovação na empresa em estudo, pode-se posicionar que o grau de inovação preponderante na empresa é o incremental.
Diante dos indicativos de que a inovação é algo novo, tecnológico, contínuo, sempre benéfico, sem custos aparentes, foco na melhoria das formas de produzir, desenvolvimento de produtos novos, busca por ampliação de mercado, conclui-se que o tipo de inovação vigente no momento não pode ser radical. A inovação radical pressupõe a prática da destruição criativa que rompe com o equilíbrio presente em toda a lógica de produção e circulação de produtos e serviços. Essa inovação é fortemente sentida pelos componentes da organização, pois somente é feita rompendo com a estrutura desenvolvida. A inovação radical efetua mudanças profundas, abrangendo todas as áreas de inovação (processo, matéria-prima, produto, estrutura, mercado) sendo o término de um ciclo e o começo de outro.
Dessa forma, a empresa atual está em um estágio de consolidação de uma inovação radical feita no passado, pois nesse momento ocorre o predomínio de ações incrementais, que vão atualizando os processos e produtos, sem rompimentos bruscos.
Vale ressaltar que as inovações radicais e incrementais não são opostas. A inovação incremental pode ser considerada um complemento da radical. As empresas não podem viver em constante processo de destruição criativa, pois isso exige muito investimento e desgaste da organização, ainda que produza diferenciais competitivos. A inovação incremental faz com que as mudanças geradas pela inovação radical sejam constantemente atualizadas e consolidadas até o início de um novo processo de destruição criativa. Os dois graus de inovação são partes de um ciclo organizacional. Todavia, em um cenário mercadológico dinâmico, é essencial que haja processo de inovação radical e não somente de inovação incremental, pois somente a prática de melhorias pode fazer a empresa perder competitividade, sendo, portanto, necessário uma alternância entre os dois graus.
Em um mercado de extração mineral, considerado mais estável que, por exemplo, o mercado de produtos tecnológicos, ocorre a tendência de se praticar por mais tempo a inovação incremental. Contudo, isso não pode ser sinônimo de acomodação, havendo a necessidade de se trabalhar com estruturas radicais de inovação para que a empresa siga evoluindo em mercado, matéria-prima, processos, produtos e estrutura.
A figura 4 apresenta uma síntese do processo de inovação praticado na organização.
Figura 4 O processo de inovação na empresa de extração mineral investigada
Fonte: sintetizado pelos autores
5. Considerações finais
O presente trabalho apresentou em sua parte introdutória o seguinte objetivo de pesquisa: investigar os diferentes graus de inovação presentes em uma empresa de extração mineral atuante no Quadrilátero Ferrífero - MG. Diante disto, efetuou-se uma revisão de literatura sobre o assunto e uma pesquisa de campo, na qual se empregou o método fenomenológico de investigação.
Tal método orientou a análise de dados que resultou no encontro de seis unidades de sentido, sendo essas: originalidade, tecnologia, criatividade e conhecimento, melhoria contínua no processo, agregação de valor aos clientes e expansão de mercado.
Foi possível concluir que a empresa em estudo somente desenvolve no momento práticas de inovação incremental. Os relatos evidenciaram ausência de processo de destruição criativa, já que a inovação apresenta foco em alguns setores da organização, como produto, processo e mercado, contemplando a empresa como um todo. No mais, a ações de inovação são sempre no sentido de continuidade do trabalho empreendido, não havendo sinais de rupturas, característica essencial da inovação radical.
Este resultado indica que a empresa deve ficar atenta sobre o momento em que será necessário introduzir inovações radicais, já que em um cenário mercadológico mais estável, a organização pode ter a tendência de somente trabalhar com continuidade, apresentando um maior tempo de investimento em rupturas do que organizações em mercados mais orgânicos e dinâmicos.
Portanto, este estudo sobre a prática da inovação na empresa de extração mineral indica a necessidade de se trabalhar inovação radical e incremental de forma complementar e sincronizada, pois a primeira gera uma vantagem competitiva efetiva, enquanto a segunda a estrutura e mantém por um dado tempo.
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